![carlos heitor cony](https://cdn.statically.io/img/f.i.uol.com.br/fotografia/2015/05/20/513477-115x150-1.jpeg)
� membro da ABL. Come�ou sua carreira no jornalismo em 1952 no 'Jornal do Brasil'. � autor de 17 romances e diversas adapta��es de cl�ssicos.
Um pouco de hist�ria
RIO DE JANEIRO - Estranhamente, as ditaduras costumam ser impostas no primeiro momento, no calor do pr�prio golpe que lhes d� origem. Contudo, no caso brasileiro, a ditadura foi lenta e gradual: em 1964, diversos segmentos do Estado de Direito ainda continuaram, como a liberdade de imprensa, o instituto universal do habeas corpus. Em 1965, a faixa liberal diminuiu sensivelmente com a edi��o do AI-2, mas ainda assim continuavam flutuando alguns peda�os esparsos de legalidade no maremoto do arb�trio. Com o AI-5, em 1968, n�o sobrou nada do Estado de Direito.
Governo e sistema jogaram a sociedade no po�o sem fundo da for�a. At� ent�o, diversos escal�es haviam tentado uma rea��o contra o poder assim instaurado. Intelectuais, estudantes e alguns setores do operariado procuraram, um pouco desordenadamente, esbo�ar a resist�ncia.
Mas � medida que tal resist�ncia ganhava contornos mais n�tidos, como em 1965, por ocasi�o da vit�ria eleitoral das oposi��es no Rio e em Minas, ou em 1968, com as manifesta��es estudantis que for�avam a abertura de um espa�o que fizesse a sociedade respirar, o governo despejava o seu instrumental cada vez mais truculento. E a partir de 1968 a alternativa que restou aos que tentavam a rea��o era o sil�ncio ou a luta armada.
At� que ponto o sil�ncio seria omiss�o ou ades�o?
Somente os povos oprimidos passam por esse drama suplementar: o de procurar explica��o para esses tempos de dor, de d�vida, de vergonhosa mis�ria individual, de miser�vel vergonha coletiva. Em todo caso, cada qual fez o que p�de, � sua maneira, dentro de suas limita��es de temperamento e conveni�ncia. A resist�ncia rachara em filigranas t�ticas: a luta armada no campo ou na cidade? Entre o zero e um ponto infinito abriu-se o leque das op��es para cada um.
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