Lan�amento do primeiro foguete binacional Brasil-Ucr�nia deve atrasar para 2014
A novela da parceria espacial Brasil-Ucr�nia deve ter mais cap�tulos antes do final feliz. O lan�amento do foguete binacional Cyclone-4 saindo da base a�rea de Alc�ntara, a cerca de 400 km de carro da capital maranhense, S�o Lu�s, deve atrasar para 2014.
A informa��o � de Jos� Raimundo Braga Coelho, presidente da AEB (Ag�ncia Espacial Brasileira) desde maio deste ano.
Pela primeira vez em um grande evento cient�fico como chefe da ag�ncia, Coelho disse na reuni�o da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ci�ncia), em S�o Lu�s do Maranh�o, que a constru��o da �rea de lan�amento do Cyclone-4 n�o deve ficar pronta antes de 2014.
Esse espa�o est� sendo feito pela empresa binacional ACS (Alc�ntara Cyclone Space), criada em 2007 pelo Brasil e pela Ucr�nia.
O lan�amento do Cyclone-4 deveria acontecer at� novembro de 2013, de acordo com um termo assinado no ano passado pelo ex-ministro de Ci�ncia Aloizio Mercadante.
"Mas andando pela obra e conversando com o pessoal que trabalha nas constru��es, vi que o cronograma deve atrasar", disse Coelho.
Conforme a Folha apurou anteriormente, a ACS n�o paga as empreiteiras que executam as obras desde dezembro do ano passado.
"H� muitas empresas envolvidas, muitos processos de licita��o. � uma log�stica complicada", disse Coelho.
LAN�AMENTO NACIONAL
O espa�o de lan�amento da ACS fica encravado nos oito mil hectares da base a�rea de Alc�ntara.
Nesse mesmo terreno est� sendo constru�da outra torre para o lan�amento do foguete brasileiro VLM (Ve�culo Lan�ador de Sat�lites).
O primeiro teste de seguran�a dessa nova torre, diz Coelho, foi feito com sucesso h� duas semanas. Mais dois testes devem ser feitos at� que o VLM seja lan�ado, o que seve acontecer em 2013.
A torre brasileira antiga foi destru�da em um inc�ndio durante o lan�amento do foguete VLS em 2003. O incidente matou 21 pessoas e afetou a credibilidade do programa espacial brasileiro.
Para Coelho, a chance de haver outro acidente agora � "praticamente nula".
"N�s contratamos especialistas russos para fazer uma varredura no nosso programa de sat�lites. A torre antiga n�o tinha rota de fuga. Agora temos."
QUILOMBOLAS
Os conflitos com a popula��o local de Alc�ntara, remanescente de quilombos, tamb�m t�m atrasado o cronograma do lan�amento de foguetes em Alc�ntara.
A regi�o onde est� instalada a base era habitada por fam�lias quilombolas que viviam basicamente da pesca. Desde a d�cada de 1980 essas fam�lias t�m sido deslocadas para �reas agr�colas longe do mar.
"Eu sei que os quilombolas t�m direitos garantidos por lei [como direito � terra]. Mas � preciso pensar nos benef�cios que a sociedade como um todo ter� com o programa espacial."
"Eu sou maranhense e tenho discutido bastante com as comunidades locais. Ontem passei tr�s horas com eles. No meio da reuni�o a luz acabou e eu continuei discutindo."
SETOR PRIVADO
Coelho disse ainda na reuni�o da SBPC que a depend�ncia brasileira da ind�stria estrangeira mina o setor espacial do pa�s.
"Nenhum pe�a que voa no espa�o � fabricada no Brasil. Temos de importar cada pedacinho para fazer um sat�lite nacional."
Coelho deixou o Parque Tecnol�gico de S�o Jos� dos Campos em maio para assumir a ag�ncia a pedido do ministro Marco Antonio Raupp (Ci�ncia), que j� chefiou a pr�pria ag�ncia e o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
"Isso foi quase uma loucura. As coisas em Bras�lia n�o s�o f�ceis."
Livraria da Folha
- Cole��o "Cinema Policial" re�ne quatro filmes de grandes diretores
- Soci�logo discute transforma��es do s�culo 21 em "A Era do Imprevisto"
- Livro de escritora russa compila contos de fada assustadores; leia trecho
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade