Em 2017, SP volta a enfrentar casos de febre amarela como n�o se via havia d�cadas

Epidemiologicamente falando, o ano de 2017 n�o foi t�o terr�vel quanto o de 2015, quando foram confirmados os primeiros caso de zika (e de microcefalia causada pelo v�rus) no pa�s —neste ano, a incid�ncia de novos casos foi baixa.

Mas o ano que termina est� longe de ser insosso quando o assunto s�o arboviroses, doen�as causadas por v�rus e transmitidas por artr�podes, como mosquitos.

A febre amarela deu as caras como n�o se via havia d�cadas. S�o 777 casos de dezembro de 2016 a julho deste ano, superando o total aferido desde 1980, in�cio oficial das estat�sticas.

Felizmente, a doen�a n�o chegou �s cidades. O cen�rio seria devastador, levando em conta o ilustre residente Aedes aegypti, respons�vel pela transmiss�o da febre amarela em centros urbanos.

Em S�o Paulo, o sinal amarelo acendeu ap�s a morte de primatas, vitimados pelo v�rus em parques. A popula��o vizinha viu os locais entrando em quarentena e foi chamada para ser vacinada. A meta era formar uma esp�cie de "cord�o de isolamento imunol�gico", medida vista com reservas por especialistas.

Apesar de n�o haver registros de febre amarela urbana, o perigo existe, diz o m�dico Antonio Bandeira, da Sociedade Brasileira de Infectologia. "O que preocupa n�o � nem tanto a quantidade de casos, mas a ocorr�ncia nas imedia��es dessas �reas."

H� o alerta do especialista, mas ainda � incerto como se mexer�o as pe�as tabuleiro das arboviroses em 2018.

Os elementos que determinar�o se o pr�ximo ano ser� bom ou ruim s�o dois.

O primeiro � a susceptibilidade da popula��o: se uma grande parte j� foi infectada por algum v�rus, a reentrada desse pat�geno � dificultada. Se aquelas pessoas ainda s�o imunologicamente "virgens", o v�rus pode, sim, deitar e rolar.

Mas isso tamb�m depende dos fatores clim�ticos e ecol�gicos. Mesmo que uma popula��o esteja propensa � infec��o, se os v�rus n�o tiverem um "meio de transporte", tudo se passa como se nada se passasse. Ou seja, sem uma condi��o clim�tica que permita a prolifera��o de mosquitos n�o h� como zika, chikungunya, dengue e febre amarela estragarem 2018.

N�o � sempre que podemos contar com a sorte, por�m.

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