Novo corte do or�amento para ci�ncia em 2018 pode ruir o setor

O ano de 2017 levou os cientistas brasileiros a descobrirem que n�o est�o imunes ao tumulto pol�tico/policial que envolve o pa�s. O or�amento do Minist�rio da Ci�ncia, Tecnologia, Inova��es e Comunica��es sofreu um corte visceral, levando diversas institui��es de pesquisa consagradas a se perguntarem como terminariam o ano com a conta de luz paga, que dir� financiar investiga��es de ponta importantes para o desenvolvimento nacional. At� amea�ado de perder sua capacidade de fazer previs�o do tempo o Brasil ficou.

A gest�o Michel Temer (PMDB) assumiu o pa�s com a promessa de ajustar o gasto p�blico e colocar sob controle o d�ficit crescente no Or�amento federal. A promessa de cortar despesas, a despeito da aprova��o da PEC do Teto, que congelava os gastos do governo por duas d�cadas, n�o foi cumprida —exceto no Minist�rio da Ci�ncia.

Com isso, a trajet�ria de queda das verbas federais para pesquisa, que j� vinha se acentuando desde 2015, atingiu n�veis alarmantes. A Lei Or�ament�ria Anual de 2017 previa recursos da ordem de R$ 5 bilh�es, o que j� era uma queda brusca em rela��o a apenas dois anos atr�s, quando respondiam por R$ 8,4 bilh�es.

Para tornar o ruim pior, o governo contingenciou, em mar�o, cerca de 44% do or�amento ligado � ci�ncia, fazendo os R$ 5 bilh�es virarem R$ 2,8 bilh�es.

A medida virou not�cia no mundo inteiro. Artigo publicado na revista cient�fica brit�nica "Nature" indicava que a medida colocava em risco o futuro do pa�s na �rea, amea�ando inclusive investimentos de monta feitos pelo governo anteriormente, como � o caso do s�ncrotron Sirius, em constru��o em Campinas, no interior paulista.

Os cientistas brasileiros, liderados pela SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ci�ncia) e pela ABC (Academia Brasileira de Ci�ncias), tiveram de reagir, promovendo em todo pa�s as Marchas pela Ci�ncia —embalados por um movimento nascido nos EUA ap�s a elei��o de Donald Trump— e marcando presen�a no Congresso Nacional para apresentar o drama aos parlamentares.

Todas as reclama��es, at� agora, ca�ram em ouvidos surdos. A proposta de or�amento feita pelo Minist�rio do Planejamento em 2018 prop�e um novo corte de 40% o j� esqu�lido or�amento de 2017 e, se aprovada como est�, pode significar a ru�na para um setor que j� come�a a enfrentar fuga de c�rebros para o exterior e o esvaziamento das carreiras cient�ficas.

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