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12/07/2010 - 05h02

Seis meses depois do terremoto, reconstru��o ainda n�o come�ou no Haiti

da BBC Brasil

Passados seis meses do terremoto que devastou o pa�s e deixou cerca de 250 mil mortos, o Haiti ainda n�o conseguiu entrar na fase de reconstru��o.

Representantes de organismos internacionais ouvidos pela BBC Brasil citam o excesso de escombros pelas ruas como um dos principais sinais da "lentid�o" com que o pa�s caribenho vem lidando com o desastre.

"O Haiti ainda vive sob escombros. E enquanto o excesso de entulho e lixo n�o for recolhido das ruas de formas significativa, a reconstru��o continuar� para depois", diz o brasileiro Ricardo Seitenfus, representante da OEA (Organiza��o dos Estados Americanos) no Haiti.

Estima-se que o terremoto tenha deixado 20 milh�es de metros c�bicos de entulho e que 5% a 10% desse total teria sido recolhido em seis meses.

"Logo depois do desastre, alguns pa�ses enviaram m�quinas e equipamentos para ajudar na limpeza dos escombros. Mas tudo isso foi retirado do Haiti meses depois, o que � incompreens�vel", diz Seitenfus.

"Nesse ritmo levaremos seis anos apenas para lidar com a limpeza", acrescenta.

Desabrigados

Desde o terremoto, as barracas de lona se tornaram a moradia mais comum entre os desabrigados, que segundo estimativas do governo haitiano chegam a 1,5 milh�o de pessoas.

Um dos desafios � abrir caminho para a constru��o de moradias tempor�rias - pequenas casas feitas sobre estrutura de a�o e que podem ser facilmente removidas, se necess�rio.

De acordo com a ONU (Organiza��o das Na��es Unidas), at� o momento 3.700 das unidades tempor�rias j� foram constru�das. A meta � chegar a 125.000 unidades nos pr�ximos 12 meses.

"Os escombros acabam literalmente bloqueando n�o apenas as ruas, mas a reconstru��o do pa�s como um todo", diz Jessica Faieta, diretora-s�nior do Pnud (Programa das Na��es Unidas para o Desenvolvimento).

A estrat�gia inicial do governo haitiano, de incentivar a migra��o de desabrigados de Porto Pr�ncipe para regi�es afastadas do centro urbano, acabou sendo logo abandonada diante da rejei��o de parte da popula��o.

O resultado � o surgimento de novos bols�es de pobreza na capital haitiana. Segundo o escrit�rio das Na��es Unidas para Assuntos de Coordena��o Humanit�ria (Unocha), o terremoto fez surgir 1.240 campos de refugiados, com apenas 206 deles reconhecidos oficialmente.

Ajuda internacional

O governo haitiano calcula que a reconstru��o do pa�s, no longo prazo, dever� custar US$ 11,5 bilh�es.

Em mar�o, um grupo de pa�ses doadores, entre eles o Brasil, estabeleceu um fundo internacional com um caixa de US$ 5,3 bilh�es, a serem gastos at� o final de 2011.

No entanto, organismos internacionais t�m criticado a "demora" com que o dinheiro est� sendo efetivamente colocado � disposi��o.

"Seis meses ap�s o terremoto, o que existe � um sil�ncio da comunidade internacional em rela��o ao Haiti", diz o representante da OEA.

Segundo ele, dos mais de 20 pa�ses doadores, apenas Brasil, Noruega e Venezuela j� fizeram seus dep�sitos no fundo de reconstru��o.

"A ajuda financeira internacional n�o tem chegado ao pa�s na velocidade que esper�vamos", diz a diretora do Pnud, que depende da libera��o de mais verbas para expandir um programa de gera��o de empregos.

'Disciplina'

Na avalia��o de Seitenfus, que vive em Porto Pr�ncipe desde 2009, o povo haitiano tem demonstrado uma "disciplina aparente" diante da situa��o prec�ria em que o pa�s se encontra, mesmo depois de seis meses da trag�dia.

"Ao mesmo tempo em que existe uma calma aparente, h� tamb�m uma revolta no ar. Uma frustra��o", diz.

Apesar das cr�ticas quanto � demora na reconstru��o do pa�s, organismos internacionais comemoram o fato de o Haiti n�o ter enfrentado nenhuma grande epidemia, como chegou a ser previsto em janeiro.

O clima tamb�m tem sido favor�vel � causa haitiana: as chuvas, que costumam castigar o pa�s nesta �poca do ano, ficaram abaixo da m�dia - um al�vio para os milhares de haitianos que vivem em barracas de acampamento.

"Mesmo com todos os problemas e desafios, que s�o muitos, n�o podemos cair na avalia��o de que simplesmente nada foi feito", diz a diretora do Pnud.

 

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