Sexta-feira, dia 5 de julho, é dia de finais antecipadas no campeonato da Europa. Dois de quatro candidatos ao título fazem as malas; outros dois continuam a sonhar e ficam um degrau mais perto do topo da escada da glória.

Pelo que têm mostrado na prova, Espanha e Alemanha parecem os mais sérios candidatos ao título; pelas expetativas, pela acumulação de talentos, pelo choque mediático, Portugal-França seria sempre um cenário expectável para o duelo final, em Berlim.

O duelo de hoje coloca desafios inesperados: duas estrelas maiores que têm estado discretas no torneio, ofuscadas pelo brilho de outros talentos demasiados grandes para serem apenas atores secundários e não protagonistas.

Cristiano Ronaldo e Kylian Mbappé – com o pormenor extra de ‘picante’ de um ser admirador assumido do outro desde pequeno – serão sempre figuras de cartaz do jogo desta noite em Hamburgo. Falta saber é se a sua melhor versão já vai ser visível no Volksparkstadion.  Ou se é desta que um deles é decisivo, neste Europeu, como já foram em tantas ocasiões.

Caso contrário – e para lá do lugar-comum de o jogo ser decidido por detalhes – é urgente que as restantes figuras se assumam. Bernardo Silva, Bruno Fernandes, Rafael Leão, do lado português – o que mais nos interessa; do outro, Dembélé, Griezmann, Kolo Muani… Enfim, são tantos! O banco da França mete respeito!

Jogam onze, apenas onze. E Roberto Martínez tem o seu onze-base. Precisa é de o fazer render mais. E de lhe mexer, sem receios, se o rendimento não surgir.

Pode ser um choque épico, ao nível de 1984, 2000 ou 2016. Marchar, marchar ou ‘marchons, marchons’? Os artistas vão decidir.

No outro jogo desta sexta-feira mágica, a Alemanha defronta aa Espanha, a quem já não ganha há dez anos e com quem perdeu por 6-0 ainda há pouco tempo!

São as equipas que parecem estar em melhor forma no torneio.

A Espanha tem uma fórmula, Luis De La Fuente acredita no processo e nas ideias – e nos jogadores que conhece desde as seleções de base. O trabalho em continuidade (quando tem qualidade) dá frutos.

A Alemanha, anfitriã, penou durante meses para (re)encontrar o seu modelo, a sua fórmula de objetividade e qualidade em doses equilibradas. Uma vez lá chegado, porém, Julian Nagelsmann - mais novo do que vários jogadores em prova, mas capaz de deixar fora da convocatória alguns nomes sonantes do futebol germânico – apostou numa equipa e numa fórmula que podem resultar.

Para dois dos candidatos ao título, o Euro acaba hoje.  O torneio perderá algumas estrelas, outras ficarão mais perto da glória e continuarão a sonhar.