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Pablo Neruda

Chile
12 Jul 1904 // 23 Set 1973
Poeta [Nobel 1971]

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Bela

Bela,
como na pedra fresca
da fonte, a �gua
abre um vasto rel�mpago de espuma,
assim � o sorriso do teu rosto,
bela.

Bela,
de finas m�os e delicados p�s
como um cavalinho de prata,
caminhando, flor do mundo,
assim te vejo,
bela.

Bela,
com um ninho de cobre enrolado
na cabe�a, um ninho
da cor do mel sombrio
onde o meu cora��o arde e repousa,
bela.

Bela,
n�o te cabem os olhos na cara,
n�o te cabem os olhos na terra.
H� pa�ses, h� rios
nos teus olhos,
a minha p�tria est� nos teus olhos,
eu caminho por eles,
eles d�o luz ao mundo
por onde quer que eu v�,
bela.

Bela,
os teus seios s�o como dois p�es feitos
de terra cereal e lua de ouro,
bela.

Bela,
a tua cintura
moldou-a o meu bra�o como um rio quando
passou mil anos por teu doce corpo,
bela.

Bela,
n�o h� nada como as tuas coxas,
talvez a terra guarde
em algum lugar oculto
a curva e o aroma do teu corpo,
talvez em algum lugar,
bela.

Bela, minha bela,
a tua voz, a tua pele, as tuas unhas,
bela, minha bela,
o teu ser, a tua luz, a tua sombra,
bela,
tudo isso � meu, bela,
tudo isso � meu, minha,
quando caminhas ou repousas,
quando cantas ou dormes,
quando sofres ou sonhas,
sempre,
quando est�s perto ou longe,
sempre,
�s minha, minha bela,
sempre.

Pablo Neruda, in "Os Versos do Capit�o"
// Consultar versos e eventuais rimas




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