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    Isl�ndia tem museu punk no banheiro com bandas ao lado de vasos sanit�rios

    FERNANDA EZABELLA
    COLABORA��O PARA A FOLHA, EM REYKJAV�K (ISL�NDIA)

    03/08/2017 02h00

    No subterr�neo de um antigo banheiro p�blico feminino, no centro tur�stico de Reykjav�k, capital da Isl�ndia, um punk de cabelos espetados e roupas de couro rasgadas recebe visitantes com um sorriso amarelo.

    Ele para de tocar guitarra e se levanta para avisar o pre�o da entrada para os quatro banheiros e a sala principal, reformados para abrigar o P�nksafn �slands –ou Museu do Punk Island�s.

    Com textos colados nas paredes de azulejo branco e televisores instalados ao lado de privadas, o museu conta a hist�ria da cena musical no pa�s desde 1978, quando o primeiro show de punk reuniu 4.000 pessoas (ou 2% da popula��o) para ver a banda inglesa The Stranglers, causando forte influ�ncia nos m�sicos e rebeldes locais.

    "O principal era ser do contra. A gente odiava tudo", diz Svarti �lfur, apelidado de Black Elf, que passa os dias tomando conta do museu. "Quando descobrimos Sex Pistols e vimos The Stranglers, percebemos que n�o gostavam deles. Ent�o decidimos o que quer�amos ser."

    Um ano depois, surgia o primeiro EP de punk island�s, "False Death", da banda Fr�bbblarnir. O museu tamb�m d� espa�o a Bubbi Morthens, que abriu o show para o The Clash em 1980 e virou um dos principais nomes do movimento. � poss�vel ouvir discos em fones pendurados no teto do banheiro.

    A linha do tempo termina no come�o dos anos 1990 com o fim do Sugar Cubes, uma das bandas de Bj�rk, figura pol�mica na comunidade.

    "Ela nunca foi punk, ainda que todos seus amigos fossem. Ela sempre teve tudo na bandeja, ajuda do pai, contatos. Mas a respeitamos", disse �lfur, belga que foi aos 15 anos para a Isl�ndia e fez parte de v�rias bandas.

    O museu vende suvenires, como duas fitas K7 (que vem com op��o de MP3), e o visitante � encorajado a tirar fotos com guitarra, jaqueta de couro e bateria.

    Ap�s um ano de reformas, o espa�o reabriu em novembro, com visita de John Lydon, ex-Johnny Rotten dos Sex Pistols. Constru�do em 1930, o banheiro subterr�neo foi cooptado por um grupo de punks da velha guarda que fez um acordo com a prefeitura. "Temos que pagar funcion�rios e aluguel, caso contr�rio n�o cobrar�amos entrada de 1.000 cronas [R$ 30]. A gente se faz de capitalista para estar aqui", explicou �lfur.

    Nem tudo � politicamente correto. Pregado na parede est� um cinto de couro do baixista de uma banda punk local, usado numa briga h� alguns anos contra admiradores de disco music. "Eles usaram os cintos para amarrar um dos caras na �rvore de Natal montada no centro. E o espancaram. Este foi o cinto sobrevivente", contou.

    E se algum visitante tiver o esp�rito punk e resolver destruir tudo? "Da� eu entro na briga. E acho dif�cil algu�m ganhar de mim", respondeu, mas logo abrindo um sorriso. "Tem caf� de gra�a, quer?"

    Lugares na Isl�ndia

    EM ALTA, PA�S EST� CHEIO DE TURISTAS AT� NO INVERNO

    � preciso chegar cedo para evitar as hordas de turistas e aproveitar o sil�ncio de J�kuls�rl�n, a maior lagoa glacial do sudeste da Isl�ndia. S� assim � poss�vel ouvir os estalos dos enormes icebergs que deslizam �gua abaixo em dire��o ao oceano.

    J� na praia do lado do Atl�ntico, icebergs menores e transl�cidos descansam nas areias pretas ou boiam levados pelas ondas.

    As paisagens surreais, usadas em filmes de Hollywood, s�o o �pice de uma viagem de seis horas de carro desde a capital Reykjav�k pela estrada Ring Road (rota 1), que circula toda a ilha com v�rias surpresas pelo caminho.

    Em seis horas, o tempo varia de chuva para sol e muita neblina. Com sorte, o c�u aberto ajuda a ver as cachoeiras que surgem dos desfiladeiros e os campos de lava cobertos de grama. Na volta, vale visitar a cachoeira Sk�gafoss, a praia de "ondas assassinas" Reynisfjara (gente j� morreu sendo carregada pelo mar) e sua caverna de paredes esculpidas.

    No caminho, tamb�m est� um centro sobre o vulc�o Eyjafjallaj�kull, cuja erup��o em 2010 interrompeu voos por toda a Europa.

    Mesmo em fevereiro, baixa temporada devido ao inverno, �nibus s�o descarregados nestes pontos tur�sticos. Ainda assim, a �poca � boa para visitar e fugir dos pre�os exorbitantes do ver�o. O pa�s vive uma febre tur�stica, impulsionada por passagens mais baratas e pelo fato de o pa�s ser cen�rio do seriado "Game of Thrones".

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