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    Ap�s 11 anos, Garotinho faz nova greve de fome em protesto contra a pris�o

    ITALO NOGUEIRA
    DO RIO

    15/12/2017 16h22

    Jos� Lucena - 22.nov.2017/Futura Press/Folhapress
    O ex-governador Anthony Garotinho deixa a sede da PF, no Rio de Janeiro (RJ), ap�s ser preso
    O ex-governador Anthony Garotinho deixa a sede da PF, no Rio de Janeiro (RJ), ap�s ser preso

    O ex-governador Anthony Garotinho (PR) decidiu iniciar um "jejum por tempo indeterminado" contra o que chama de "injusti�as" praticadas contra ele. Ele pede ainda para que seja ouvido por um representante do CNJ (Conselho Nacional de Justi�a) para comunicar supostas irregularidades de ju�zes e promotores que atuaram em seu caso.

    Preso h� quase um m�s, Garotinho repete o protesto que realizou em 2006 ap�s den�ncias de fraudes em sua pr�-campanha � Presid�ncia naquele ano.

    Na carta, assinada nesta quinta-feira (14) e enviada � dire��o do pres�dio de Bangu 8, onde est� detido, ele afirma que o protesto � um: "Grito de desespero contra a injusti�a que venho sofrendo, abalando fortemente minha fam�lia".

    Garotinho diz que n�o receber� mais visitas da fam�lia, advogados, nem ir� ao banho de sol. Pede que sejam retirados de sua cela "todos os alimentos, deixando somente �gua, medicamentos e material de higiene pessoal".

    O ex-governador foi preso sob acusa��o de organizar arrecada��o para caixa dois eleitoral entre 2010 e 2016 com apoio de um "bra�o armado" para intimidar empres�rios. A sua mulher, a ex-governadora Rosinha Garotinho, tamb�m foi presa, mas foi autorizada a responder o processo em liberdade.

    TR�S PRIS�ES

    No per�odo de pouco mais de um ano, o ex-governador foi preso por tr�s vezes, tendo sido solto nas �ltimas duas oportunidades por liminar do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). No �ltimo caso, por�m, a defesa n�o conseguiu at� o momento habeas corpus para o ex-governador.

    Ao exigir a presen�a de um membro do CNJ, ele afirma que n�o quer "nenhum tipo de benef�cio, vantagem ou privil�gio".

    "Ocorre que se deixar essa unidade com um novo HC [habeas corpus] sem que os respons�veis por essas pris�es ilegais sejam ao menos investigados, far�o a 4�, a 5�, a 6� e quantas pris�es forem necess�rias para proteger quem os acoberta em suas ilegalidades", afirma a carta.

    Assim como vem fazendo desde sua primeira pris�o, Garotinho atribui as investiga��es �s den�ncias que fez ao grupo pol�tico do ex-governador S�rgio Cabral (PMDB), preso h� mais de um ano, e ao ex-presidente do Tribunal de Justi�a do Rio Luiz Zveiter.

    Garotinho, por sua vez, � condenado em tr�s a��es penais. Sua �ltima pris�o � decorrente de investiga��o que apontou ind�cios de amea�as a empres�rios fornecedores da Prefeitura de Campos para que contribu�ssem para o caixa dois de sua campanha. Um policial civil aposentado foi preso sob acusa��o de amea�ar um dos envolvidos. A den�ncia foi aceita pela Justi�a Eleitoral.

    "� um decis�o pessoal, pac�fica. Sei das consequ�ncias para minha sa�de, mas n�o h� horizonte, somente mais covardia, humilha��es e persegui��o, se n�o for tomada uma medida para impedir que essas arbitrariedades sejam contidas", diz Garotinho na carta.

    "Caso chegue numa situa��o extrema, confio que Deus, conhecedor do meu cora��o, ir� me perdoar por essa decis�o", afirma o texto.

    A passagem de Garotinho pelo sistema penitenci�rio � marcada por confus�es desde o in�cio. Em sua primeira noite na cadeia p�blica Jos� Frederico Marques, onde Cabral e aliados est�o presos, ele afirmou ter sido agredido durante a madrugada. A Pol�cia Civil investiga se o ataque de fato ocorreu ou se foi uma autoagress�o. O epis�dio levou � transfer�ncia do ex-governador para Bangu.

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