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    Erundina diz que vai refazer licita��o de �nibus criada por Haddad em SP

    BRUNO F�VERO
    DE S�O PAULO

    27/07/2016 11h33 - Atualizado �s 14h18

    Lucas Lima/UOL
    Sabatina com a deputada federal Luiza Erundina, candidata do PSOL � Prefeitura de S�o Paulo
    Sabatina com a deputada federal Luiza Erundina, candidata do PSOL � Prefeitura de S�o Paulo

    A candidata � Prefeitura de S�o Paulo e deputada federal Luiza Erundina (PSOL) criticou os planos de privatiza��es e concess�es de equipamentos p�blicos defendidos por seus advers�rios na disputa municipal, classificando as propostas como parte de uma "sanha privatista".

    O coment�rio, feito durante sabatina promovida pela Folha, pelo UOL e pelo SBT, foi dirigido especialmente ao tucano Jo�o Doria, que prometeu privatizar de corredores de �nibus ao aut�dromo de Interlagos.

    "� bom perguntar para esse candidato [Doria] se ele pretende privatizar a cadeira de prefeito tamb�m", provocou a candidata, que aparece em terceiro lugar na �ltima pesquisa do Datafolha, atr�s de Celso Russomanno (PRB) e Marta Suplicy (PMDB).

    AS SABATINAS

    Erundina tamb�m criticou o prefeito Fernando Haddad (PT), que anunciou neste m�s um edital para constru��o e concess�o de uma arena multiuso no Anhembi.

    "O prefeito Haddad est� concedendo tudo o que � servi�o p�blico, daqui a pouco a Prefeitura vai virar s� uma arrecadadora de impostos", afirmou.

    Para a ex-prefeita de S�o Paulo (1989-1993), se a administra��o precisa de mais dinheiro, pode recorrer a op��es melhores do que as concess�es, como auditar a d�vida da cidade, cobrar impostos atrasados e reduzir a sonega��o fiscal.

    Luiza Erundina - Ex-prefeita � popular entre os mais velhos e tem 10% das inten��es de voto (3� lugar)<br><br><b>Por idade (em %)</b>

    "A verdade � que n�o se tem coragem de cobrar os grandes devedores, h� uma coniv�ncia do poder p�blico em todas as esferas", disse a candidata do PSOL.

    Ela defendeu ainda o aumento de impostos sobre heran�a e propriedade dos mais ricos, argumentando que "quem tem mais, tem que contribuir mais".

    CONCESS�O DE �NIBUS

    Erundina tamb�m disse que, se for eleita, vai rever o modelo de concess�o do servi�o de �nibus elaborado pela gest�o Haddad.

    A deputada afirmou que a licita��o, que tem validade prevista de 20 anos, � falha porque engessa a administra��o da cidade e deixa a fiscaliza��o dos servi�os na m�o das pr�prias empresas privadas que os executam.

    "Essa licita��o n�o pode perseverar porque destoa de toda uma pol�tica que existe no mundo sobre como se estabelecer contratos de presta��o de servi�o. A din�mica de uma cidade n�o comporta um contrato congelado por 20 anos. Na Inglaterra, por exemplo, essas concess�es t�m dura��o de cinco anos e a cada ano 20% do servi�o � licitado", afirmou.

    Na sabatina desta ter�a (26), Haddad afirmou que, por conta da proximidade das elei��es, n�o assinar� a licita��o, no valor de R$ 140 bilh�es - a tarefa caber� ao pr�ximo prefeito.

    Erundina, que j� foi filiada ao PT, disse que, se eleita, ir� manter os programas de governos anteriores que s�o aprovados pela popula��o. Provocada a dar exemplos de bons projetos das gest�es de Marta, tamb�m ex-petista, e Haddad, ela citou os CEUs –"uma proposta interessante, mas que tem um padr�o que n�o � seguido pelo resto da rede municipal"– e as ciclovias –"que devem ser ampliadas e planejadas".

    Veja o v�deo

    MARTA, HADDAD E PT

    Erundina disse que, se eleita, ir� manter programas de governos anteriores que s�o aprovados pela popula��o. Provocada a dar exemplos de bons projetos das gest�es de Marta Suplicy e Fernando Haddad, ela citou os CEUs –"uma proposta interessante, mas que tem um padr�o que n�o � seguido pelo resto da rede municipal"– e as ciclovias –"que precisam ser ampliadas e melhor planejadas".

    Ela se negou a dizer se apoiaria o petista em um eventual segundo turno para "unir a esquerda". "Que esquerda? O PT fez tantas concess�es que n�o pode dizer que � de esquerda, se � que j� foi um dia", declarou, fazendo a ressalva de que o partido tem "pessoas de esquerda".

    JOVENS

    A deputada federal admitiu que um dos problemas de sua campanha � se tornar mais conhecida entre o p�blico jovem –pesquisa Datafolha mostrou que a psolista vai melhor entre os eleitores com mais de 60 anos.

    "Eu estive no governo h� 27 anos, os jovens n�o t�m essa mem�ria. Mas temos conseguido traz�-los para a campanha nas rodas de conversa que promovemos. Mas nossas propostas j� dialogam com esse p�blico. O Movimento Passe Livre [que liderou os protestos de junho de 2013], por exemplo, surgiu de uma proposta de quando eu era prefeita", afirmou.

    RAIZ x PSOL

    Erundina se desfiliou do PSB para entrar no PSOL no come�o deste ano, mas tamb�m articula a cria��o de um novo partido, o Raiz. Questionada, ela negou que esteja usando o PSOL como "trampolim" para se eleger enquanto n�o consegue as assinaturas para fundar sua pr�pria sigla.

    "Eu n�o fui para o PSOL para ser candidata, foi por afinidade ideol�gica –me identifico com a atua��o de sua bancada, pequena, mas aguerrida. [A candidatura � Prefeitura] Aconteceu porque houve uma press�o dos movimentos sociais e do pr�prio partido nesse sentido", disse.

    A ex-petista admitiu que h� um n�mero exagerado de partidos no pa�s, mas disse que o maior problema � a prolifera��o daqueles "que n�o representam nada" e se disse contr�ria � ado��o de regras para limitar o n�mero de siglas. "Sou contra cl�usula de barreira, quem faz a barreira � o eleitor."

    UBER

    A deputada federal se mostrou a favor da regulamenta��o de servi�os como o Uber, argumentando que "a tecnologia � irrevers�vel", mas disse que a quest�o n�o pode ser tratada como uma disputa entre taxistas e motoristas de aplicativos. "Como prefeita, vou p�r os dois lados para conversar, vou civilizar isso".

    IMPEACHMENT

    A deputada federal voltou a dizer que o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff � um golpe articulado pelo presidente interino Michel Temer, mas criticou a gest�o da petista.

    "Dilma n�o caiu porque perdeu apoio no Congresso, mas porque n�o exerceu seu poder com legitimidade, n�o fez alian�a com o povo", disse.

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