Apesar de ter sido indiciado pela Pol�cia Federal na segunda (16) sob suspeita de corrup��o, o presidente da Gerdau, Andr� Gerdau, foi blindado pela CPI do Carf e teve sua convoca��o derrubada pelos deputados nesta ter�a-feira (17).

O grupo � um grande doador de campanha: fez repasses de ao menos R$ 27 milh�es nas elei��es de 2014, distribu�da entre diversos partidos.

Os investigadores da PF estimam que o grupo tenha tentado sonegar R$ 1,5 bilh�o pagando propina a integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), no qual tinha dois processos. O Carf � um �rg�o que julga recursos contra autua��es da Receita Federal, podendo anular multas milion�rias.

O l�der do PSOL, Ivan Valente (SP), apresentou � CPI um pedido para que fosse votado nesta ter�a o requerimento de convoca��o de Andr� Gerdau.

O presidente da CPI, deputado Pedro Fernandes (PTB-MA), fez uma vota��o para saber se o pedido de convoca��o entraria na pauta desta ter�a. A comiss�o, por�m, foi esvaziada e terminou sem o qu�rum m�nimo para essa vota��o –apesar disso, foram contabilizados sete votos a favor da inclus�o de pauta e seis contr�rios. O m�nimo necess�rio eram 14 votos.

"Eles n�o querem deixar votar o Gerdau desde o in�cio da CPI", afirmou Valente.

Os deputados Marcus Pestana (PSDB-MG) e Her�clito Fortes (PSB-PI) pediram a palavra para defender que s� seja votada a convoca��o de Andr� Gerdau depois que seja ouvido o delegado da PF respons�vel pelo indiciamento. "Acho a aprova��o, nesse momento, inoportuna", disse Her�clito. "O Brasil j� est� em frangalhos. Temos que ser muito rigorosos", defendeu Pestana.

Em ritmo lento, a CPI s� avan�ou nas convoca��es do grupo Safra, tendo aprovado o depoimento do acionista majorit�rio Joseph Safra, denunciado na Zelotes. Ainda n�o h� data, por�m, para ocorrer. O grupo Safra nega irregularidades.

Nesta ter�a, a CPI ouviu o lobista Mauro Marcondes, condenado em uma das a��es penais da Opera��o Zelotes sob acusa��o do pagamento de propina para obter vantagens no Carf e na aprova��o de medidas provis�rias no Congresso Nacional. Ele, por�m, recusou-se a responder perguntas e recorreu ao direito de permanecer em sil�ncio.

O grupo Gerdau informou, sobre o indiciamento, que recebeu a informa��o "com imensa surpresa e rep�dio" e sustentou que jamais "prometeu, ofereceu ou deu vantagem indevida a funcion�rios p�blicos para que recursos em tr�mite no Carf fossem ilegalmente julgados em seu favor".