Preso desde abril do ano passado pela Opera��o Lava Jato, o ex-deputado federal Luiz Arg�lo (ex-SD) quer voltar � vida universit�ria. Ele foi aprovado no curso de matem�tica da Uneb (Universidade do Estado da Bahia) no campus de Alagoinhas, cidade de 150 mil habitantes que � seu principal reduto eleitoral.

Para concorrer � vaga, o ex-deputado fez as provas do Enem (Exame Nacional de Ensino M�dio) em novembro passado. Ele foi aprovado para uma das 1.441 vagas oferecidas pela universidade por meio do Sisu (Sistema de Sele��o Unificada), conforme resultado divulgado nesta segunda-feira (18).

Al�m de Arg�lo, outros 15 alunos foram aprovados para o curso de matem�tica, no turno matutino. A matr�cula pode ser feita at� 26 de janeiro.

Procurado pela reportagem, o advogado do ex-deputado, Pedro Scavuzzi, disse que n�o sabia que Arg�lo concorria � vaga e que ainda n�o conversou com seu cliente sobre a aprova��o no curso universit�rio.

O defensor afirmou que o ex-parlamentar pode ser transferido de S�o Jos� dos Pinhais (PR) para uma penitenci�ria na Bahia para cursar a faculdade, saindo para as aulas pela manh� e retornando para a cadeia � tarde.

"Acho que o Judici�rio n�o negaria o pedido de transfer�ncia. Ainda mais porque ele est� cumprindo pris�o cautelar", diz o advogado.

Alagoinhas, contudo, n�o tem penitenci�ria. As pris�es mais pr�ximas ficam em Feira de Santana (a 78 km de dist�ncia) e Esplanada (72 km).

O curso universit�rio teria o efeito de redu��o da pena do ex-deputado, caso ele seja considerado culpado quando a a��o transitar em julgado.

Pecuarista, Luiz Arg�lo n�o tem diploma universit�rio. Chegou a cursar administra��o por duas vezes, em faculdades privadas de Salvador, mas n�o concluiu os cursos.

CONDENA��O

O ex-deputado foi condenado em primeira inst�ncia, em novembro do ano passado, a 11 anos e 11 meses de pris�o por corrup��o passiva e lavagem de dinheiro.

Al�m da reclus�o, ter� de devolver R$ 1,4 milh�o aos cofres p�blicos, segundo determinou a senten�a do juiz S�rgio Moro.

A defesa do ex-deputado recorreu da decis�o no TRF (Tribunal Regional Federal). Tamb�m entrou com um pedido de habeas corpus no STF (Supremo Tribunal Federal), que ainda n�o foi julgado.

O ex-deputado argumenta que os seus neg�cios com o doleiro Alberto Youssef eram de �mbito privado e n�o envolveram recursos p�blicos.

"Ao nosso ver, essa pris�o � complemente ilegal e arbitr�ria", diz Pedro Scavuzzi.