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    Dilma aposta em uma nova f�rmula para ponte com PT

    MARINA DIAS
    DE S�O PAULO

    02/11/2014 02h00

    Dilma Rousseff vai apostar em uma nova f�rmula para se aproximar do PT em seu segundo mandato. A presidente elegeu ao menos quatro nomes que contam com sua confian�a e disp�em de for�a em setores importantes do partido para administrar a negocia��o de bandeiras hist�ricas da esquerda que ser�o al�adas pela sigla ao centro do governo federal.

    Integrantes da c�pula petista, por�m, garantem que a rela��o do partido com o Pal�cio do Planalto ser� tensa nos pr�ximos quatro anos.

    Isso porque o PT precisa se reaproximar dos movimentos sociais e cobrar� de Dilma medidas que, nos �ltimos anos, esbarraram na resist�ncia do governo, como a desapropria��o de terras para a reforma agr�ria, a regula��o da m�dia e a reforma pol�tica.

    Segundo a Folha apurou, Dilma reconhece que sua reelei��o passou pela capacidade de mobiliza��o do PT e que, por isso, deve fazer algumas concess�es � legenda.

    De sua campanha, sa�ram fortalecidos para essa interlocu��o os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Ricardo Berzoini (Rela��es Institucionais) e Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agr�rio), al�m do governador da Bahia Jaques Wagner, que elegeu sucessor no Estado.

    A presidente, por sua vez, nunca teve base pr�pria dentro do PT. Filiou-se em 2000 e n�o fez parte de nenhuma inst�ncia deliberativa. Em seu primeiro mandato, contava com remanescentes do governo Lula, como o secret�rio-geral da Presid�ncia, Gilberto Carvalho, para ter entrada m�nima no partido.

    A estrat�gia funcionou pouco e o ministro, com declara��es muitas vezes consideradas "desastrosas" por integrantes do governo, saiu enfraquecido da campanha.

    Foi ent�o que Dilma resolveu mudar o m�todo e montar sua pr�pria equipe para fazer o contraponto �s reivindica��es partid�rias.

    Ainda antes do primeiro turno, o ex-presidente Lula admitiu a aliados que sua sucessora teria que fazer um segundo mandato de mais di�logo com o PT, e que o partido deveria se reaproximar dos ideais de esquerda –que fizeram parte de sua funda��o, na d�cada de 1980, mas foram deixados de lado no governo Dilma Rousseff.

    ACENOS

    A presidente entendeu que ter� de acomodar tanto os acenos que pretende fazer ao mercado para melhorar a expectativa econ�mica como as concess�es ao PT que vir�o ecoadas pela voz de Lula.

    A reformula��o do petismo � a aposta do ex-presidente para sua campanha em 2018 –Lula j� afirmou a interlocutores que deve concorrer � Presid�ncia mais uma vez.

    Essa renova��o, dizem aliados do ex-presidente, ser� o contraponto ao "PT da m�quina eleitoral", que saiu das elei��es desgastado pela pecha da corrup��o e marcado por derrotas principalmente no Sul e Sudeste.

    Apesar de ter mantido 13 cadeiras no Senado em rela��o ao pleito de 2010, o PT perdeu uma das vagas de S�o Paulo, maior col�gio eleitoral do pa�s, com a derrota de Eduardo Suplicy.

    Na C�mara, baixou de 90 para 70 deputados federais, mas manteve um total de cinco governadores.

    GOVERNABILIDADE

    Aliados dizem que Lula saiu da elei��o de 2014 fortalecido e que n�o buscar� conflito com a sucessora. O ex-presidente quer capitanear a ideia de "novo PT" mas sabe que o sucesso de Dilma –e sua boa rela��o com o "velho PT"– ser�o pe�as fundamentais para construir sua governabilidade a partir de 2018.

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    OS DESTAQUES DO PT

    As estrelas em ascens�o no partido e os derrotados na elei��o deste ano

    • Fernando Pimentel Eleito governador de Minas, imp�s uma derrota hist�rica aos tucanos no reduto de A�cio | Foto: Joel Silva - 6.out.2014/Folhapress

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    • Jaques Wagner Ap�s dois mandatos na Bahia conseguiu eleger Rui Costa, seu sucessor no governo estadual | Raul Spinass� - 12.out.2014/Folhapress

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    • Aloizio Mercadante O ministro da Casa Civil � um dos mais leais escudeiros da presidente Dilma Rousseff | Joel Rodrigues - 11.jun.2014/Folhapress

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    • Alexandre Padilha Aposta de Lula para o governo de SP, o ex-ministro da Sa�de amargou o 3� lugar na disputa | Adriano Vizoni - 5.out.2014/Folhapress

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    • Gleisi Hoffmann Deixou a Casa Civil para tentar o governo do Paran�, mas n�o chegou ao 2� turno | S�rgio Lima - 16.abr.2014/Folhapress

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    • Lindbergh Farias Aposta do PT no Rio, ficou em 4� lugar e aumentou o desgas-te na rela��o com o PMDB | Sergio Lima - 21.mar.12/Folhapress

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