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    Dilma cresceu onde h� pouco Bolsa Fam�lia

    RICARDO MENDON�A
    DE S�O PAULO

    02/11/2014 02h00

    Embora a presidente Dilma Rousseff (PT) tenha derrotado o senador A�cio Neves (PSDB) por larga vantagem nos munic�pios mais dependentes do Bolsa Fam�lia, o programa social, sozinho, n�o explica o triunfo final da petista no segundo turno da elei��o presidencial.

    Isso porque, do primeiro para o segundo turno, o aumento da vota��o em Dilma ocorreu com mais intensidade nos munic�pios menos dependentes do Bolsa Fam�lia.

    Dos 11,2 milh�es de votos a mais que a presidente teve na etapa final, 7,3 milh�es vieram das cidades onde o Bolsa Fam�lia beneficia menos de 25% da popula��o.

    Tradu��o: Dilma s� foi reeleita porque, na disputa final, conseguiu crescer nos munic�pios onde h� pouca gente inscrita no programa.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Essas afirma��es s�o confirmadas a partir de v�rios �ngulos nas tabelas que cruzam vota��o com dados do Bolsa Fam�lia por munic�pio.

    Nas mil cidades menos dependentes do Bolsa Fam�lia (onde menos de 13% dos moradores s�o socorridos pelo programa), a vota��o de Dilma subiu de 28,2% dos v�lidos no primeiro turno para 38,3% na fase final.

    Nos dois turnos, ela ficou atr�s de A�cio nesse conjunto de cidades. Mas seu avan�o de 10,1 pontos percentuais representou um ganho de 4,8 milh�es de votos. Quase metade de toda a vota��o incorporada por ela na etapa final.

    J� o avan�o de Dilma nos mil munic�pios mais dependentes do programa acabou sendo bem mais modesto.

    Nessas outras mil cidades –todas com mais de 60% da popula��o atingida pelo Bolsa Fam�lia–, Dilma teve um ganho de 486 mil votos entre o primeiro e o segundo turno. Nesse mesmo universo, A�cio conseguiu crescer mais: obteve 730 mil novos votos.

    H� duas explica��es para o baixo avan�o de Dilma nas cidades mais dependentes do Bolsa Fam�lia. Primeira: nesses locais, a petista j� havia terminado o primeiro turno com um patamar alto de votos (73,3%). O espa�o para avan�ar, portanto, era menor.

    Segunda: nos mil munic�pios mais dependentes est�o s� 8% do eleitorado. No polo oposto (mil menos dependentes) est�o 42% dos eleitores.

    DISPUTA

    Outro recorte que leva � mesma conclus�o � a compara��o entre os munic�pios com mais de 50% da popula��o vinculada ao programa e os munic�pios com menos de 50% da popula��o vinculada.

    No primeiro grupo (o dos mais dependentes), Dilma ganha o segundo turno de A�cio por enorme vantagem: 75,8% a 24,2%. No mapa em que o vencedor de cada um desses munic�pios � destacados, quase tudo fica vermelho (confira ao lado).

    No outro grupo (o dos menos dependentes), Dilma perde, mas por um placar mais apertado: 52,5% para ele, 47,5% para ela. No mapa, a distribui��o entre azul e vermelho parece equilibrada.

    Nas 3.773 cidades com menos da metade da popula��o no Bolsa Fam�lia, Dilma incorporou 10,2 milh�es de votos no turno final. Sem isso, n�o teria sido reeleita.

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