• Opini�o

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    editorial

    Riscos do bitcoin

    30/12/2017 02h00

    Dado Ruvic/Illustration/Reuters
    Broken representation of the Bitcoin virtual currency, placed on a monitor that displays stock graph and binary codes, are seen in this illustration picture, December 21, 2017. REUTERS/Dado Ruvic/Illustration ORG XMIT: DAD07
    Representa��o do bitcoin

    As transa��es cotidianas na internet, como a compra de um livro ou a assinatura de um servi�o de m�sica, em geral se d�o no s�tio de uma empresa que vende produtos ou faz a media��o de uma troca entre desconhecidos.

    O pagamento � realizado por meio de cart�o de cr�dito, boleto ou transfer�ncia banc�ria. A conclus�o do neg�cio depende, portanto, de outros participantes, como institui��es financeiras.

    Mas um outro cen�rio pode ser imaginado. E se os intermedi�rios —aqueles que certificam a seguran�a da opera��o em moeda nacional ou estrangeira— forem dispensados? E se a troca de valores for feita diretamente entre pessoas, por meio de uma moeda diferente, digital, na qual vendedores e compradores confiam?

    Trata-se, sem d�vida, de ideia com desdobramentos potenciais interessantes. A meta, que data do in�cio da internet, come�a a se tornar realidade com tecnologia do bitcoin e de mais de 1.500 outros meios de pagamento virtuais.

    Embora sejam auspiciosas as possibilidades da inova��o, os riscos j� se mostram consider�veis.

    A for�a de qualquer moeda depende da credibilidade de quem a emite: o d�lar tem circula��o global em raz�o da pujan�a do governo americano; j� o real quase n�o � usado fora do Brasil.

    Mesmo moedas convencionais podem ser menos s�lidas do que se imagina. N�o por acaso, o bitcoin ganhou impulso a partir de 2008, com a devastadora crise financeira global —que minou a confian�a no dinheiro fabricado por governos e bancos centrais.

    Conforme seus idealizadores, a assim chamada criptomoeda ser� criada em quantidade finita, por pessoas capazes de resolver complexos problemas matem�ticos em seus computadores. Dadas a oferta limitada e a aceita��o crescente, o valor do bitcoin cresce vertiginosamente: neste ano, elevou-se em 1.362% diante do real.

    Com isso, surgem alertas cada vez mais frequentes de que se est� diante de uma bolha —uma euforia especulativa fadada a arruinar aqueles dispostos a pagar somas crescentes pelo objeto do desejo.

    Governos tamb�m come�am a tomar nota das poss�veis consequ�ncias. Como a emiss�o e a negocia��o ocorrem em ambientes n�o regulados, h� temores de fraudes e roubos por hackers. Outro perigo � o uso do anonimato do bitcoin para transa��es il�citas, como lavagem de dinheiro e terrorismo.

    Algum tipo de controle p�blico parece desej�vel, em nome da prote��o a investidores e � economia.

    N�o se deve perder de vista, contudo, o potencial de inova��o tecnol�gica que se vislumbra com as moedas digitais, que podem, por exemplo, democratizar o acesso de parcelas da popula��o a servi�os hoje restritos a quem tem conta banc�ria ou cart�o de cr�dito.

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