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    N�mero de brasileiros barrados em Portugal dobra com crise econ�mica

    GIULIANA MIRANDA
    COLABORA��O PARA A FOLHA, EM LISBOA

    28/07/2017 02h00

    A quantidade de viajantes brasileiros barrados ao tentarem entrar em Portugal disparou, tendo uma alta de 91,3% em 2016 na compara��o com o ano anterior e de 198,8% com 2014.

    Ao todo, 968 pessoas foram mandadas de volta para casa pelas autoridades ao longo do ano passado —o equivalente a uma m�dia de 2,6 pessoas por dia.

    Hugo Correia - 26.jun.2014/Reuters
    Torcedora segura bandeira de Portugal em 2014; 966 brasileiros foram mandados de volta em 2016
    Torcedora segura bandeira de Portugal em 2014; 966 brasileiros foram mandados de volta em 2016

    Em relat�rio lan�ado nesta semana, o SEF (Servi�o de Estrangeiros e Fronteiras), �rg�o respons�vel pelo controle da imigra��o portugu�s, j� alerta para um novo fluxo de brasileiros que est�o tentando permanecer de forma ilegal no pa�s. "Assistiu-se a um agravamento da press�o migrat�ria em termos de imigra��o ilegal", diz o documento.

    Para as autoridades portuguesas, esse novo fluxo de imigrantes ilegais � "potencialmente justificado pela manuten��o da crise econ�mica que se verifica no Brasil desde 2014, aliada � agudiza��o da crise pol�tica e social ao longo de 2016".

    Portugal, pela afinidade lingu�stica e cultural, � tradicionalmente um dos destinos preferidos de migra��o para os brasileiros, que formam a maior comunidade de estrangeiros no pa�s.

    BARRADOS - N�mero de brasileiros com entrada recusada em Portugal praticamente dobrou no ano passado

    Na Europa - Quantidade de brasileiros recusados nas fronteiras a�reas da Europa subiu 41% em 2016 em compara��o com 2015; n�mero s� foi menor que o de albaneses barrados

    No entanto, no in�cio desta d�cada, houve uma esp�cie de �xodo brasileiro. Enquanto Portugal vivia o auge da crise e econ�mica e das pol�ticas de austeridade, que inclu�ram aumento de impostos e diminui��o de sal�rios, o Brasil vivia um boom de crescimento e recorde de gera��o de empregos.

    Diante desse cen�rio reverso, muitos brasileiros residentes em Portugal acabaram regressando.

    Entre 2011, ano com a maior quantidade de brasileiros legalmente vivendo em Portugal, e 2014, quando os indicadores econ�micos do Brasil come�aram a despencar, 31.870 brasileiros deixaram o pa�s de Cam�es.

    Nos �ltimos anos, por�m, o cen�rio econ�mico se inverteu. Enquanto o Brasil sofre em meio a uma crise pol�tico-econ�mica, Portugal tem apresentado resultados mais positivos nos dois campos.

    O desemprego e o deficit s�o os mais baixos na d�cada, e a economia, duramente castigada pela crise global que teve no pa�s um de seus epicentros, tem crescido acima da m�dia da zona do euro.

    "Muitos dos brasileiros que foram embora j� est�o voltando. Muita gente se arrependeu de ter voltado para l�", diz o advogado Luiz Junior, que assessora brasileiros com a documenta��o migrat�ria em Portugal.

    A invers�o do fluxo j� se reflete no aumento das recusas nos aeroportos, depois de uma baixa consider�vel. Em 2013, o n�mero de brasileiros barrados em Portugal foi o mais baixo da hist�ria: 299, 30% do total do ano passado.

    EUROPA

    Outros pa�ses do continente europeu tamb�m t�m fechado as portas com mais frequ�ncia para os brasileiros desde que a crise se agravou.

    Segundo o �ltimo relat�rio da Frontex (ag�ncia de fronteiras da Uni�o Europeia), mais de dez brasileiros s�o barrados todos os dias nas fronteiras europeias.

    Em 2016, foram 3.694 casos, o que torna a brasileira a segunda nacionalidade mais barrada nos aeroportos europeus, atr�s somente da Alb�nia (o dado n�o inclui outras portas de entrada).

    A maior parte dos brasileiros foi mandada de volta para casa nos aeroportos de Portugal e Espanha por, segundo os agentes, n�o ter a documenta��o apropriada justificando os motivos e as condi��es de estadia.

    O total de brasileiros que t�m o pedido visto negado pelos EUA tamb�m triplicou em 2016, saltando de 5,36% dos solicitantes em 2015 para cerca de 15%.

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