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    elei��es nos eua

    Neg�cios de Trump podem amea�ar governo do republicano

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    DE NOVA YORK

    26/11/2016 02h00

    Donald Trump est� a 55 dias de se mudar para a Casa Branca, e j� h� quem aposte em seu despejo.

    Especula��es de que o presidente eleito poder� sofrer um impeachment se debru�am sobretudo em sua cartela de neg�cios no exterior, o que pode gerar conflito de interesses com pol�ticas externas de sua gest�o. Fora dos EUA, o empres�rio tem ao menos 150 companhias em 25 pa�ses, segundo a CNN.

    Os casos variam. Ele tanto licencia a "marca Trump" (como uma vodca j� fora do mercado) como tem propriedades internacionais com seu nome (entre elas um hotel no Rio).

    Jim Watson/AFP
    Donald Trump na Casa Branca, durante encontro com o presidente Barack Obama no dia 10
    Donald Trump na Casa Branca, durante encontro com o presidente Barack Obama no dia 10

    Produtos da Donald J. Trump Colletion (de �culos escuros a gravatas) e da Trump Home (linha para casa que inclui lustres) t�m etiquetas de pa�ses como China e Turquia –ainda que Trump seja duro com empresas que retirem suas plantas dos EUA, chegando a eliminar biscoitos Oreo da dieta ap�s a fabricante transferir opera��es para o M�xico.

    � dif�cil precisar o alcance de sua rede global, j� que ele ainda n�o divulgou anos de declara��es de Imposto de Renda. Dono de estimados US$ 4,5 bilh�es, fortuna que supera a soma patrimonial dos 43 antecessores, Trump j� disse que n�o pretende liquidar seu imp�rio corporativo –o que levanta quest�es �ticas, mas n�o legais.

    Diz que passar� o bast�o para os filhos. O problema � que tr�s est�o em sua equipe de transi��o, e h� s�rias d�vidas de que o pai n�o conversaria com eles sobre decis�es administrativas.

    Na semana passada, duas condutas que mostram dificuldade em separar p�blico e privado. Trump levou a filha Ivanka para um encontro com o primeiro-ministro japon�s, Shinzo Abe. Dias depois, tr�s parceiros indianos na constru��o de uma Trump Tower em Mumbai publicaram uma foto ao lado de Trump –Ivanka e o irm�o Eric estavam na reuni�o.

    O futuro mandat�rio nega que usar� seu poder em benef�cio pr�prio. "Antes da elei��o, j� era bem sabido que eu tenho interesses em propriedades no mundo todo. Apenas a m�dia trapaceira faz barulho sobre isso!"

    Trump pode n�o ser obrigado a se desfazer de seus neg�cios, mas h� margem constitucional para incrimin�-lo. Ele n�o poderia, por exemplo, aceitar presentes e pagamentos de governos estrangeiros sem aval do Congresso.

    Exemplo de conflito de interesses: o Banco da China aluga espa�o num pr�dio de Trump em Manhattan, e o Trump Hotel em Washington tem atra�do l�deres de fora. Cerca de cem diplomatas, do Brasil inclusive, l� bebericaram champanhe da marca Trump na semana passada, em evento da comunidade, segundo o "Washington Post".

    DIF�CIL, N�O IMPOSS�VEL

    Hoje, � improv�vel que Trump sofra um impeachment, j� que republicanos controlam Senado e C�mara, e tudo indica que a maioria continuar� quando parte do Congresso for renovada em 2018.

    Um cen�rio poss�vel, contudo: not�rio "fio desencapado", ele pode se indispor com seu partido. O colunista do "New York Times" projetou: "O cara provavelmente vai renunciar ou sofrer impeachment em menos de um ano".

    O professor da American University Allan Lichtman, que previu a vit�ria de Trump, aposta no mesmo desfecho: o Congresso teme Trump "por n�o conseguir control�-lo", e ele "certamente" daria motivo para ser afastado, "fazendo algo que comprometa a seguran�a nacional ou que o enrique�a".

    Supondo que aconte�a. "Mas quem os progressistas preferem: Trump, o demagogo, ou [Mike] Pence, o ide�logo?", questiona Jeet Heer, editor da "New Republic".

    Se com Trump n�o h� certeza de nada, com seu vice sabe-se o que esperar –conservadorismo linha-dura. Uma amostra: Pence ganhou nota A da Associa��o Nacional do Rifle, por suas posi��es pr�-armas, e sancionou uma lei para assegurar que fetos abortados sejam cremados ou enterrados, num claro recado de que os considera pessoas e, logo, aborto equivale a assassinato.

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