Republicano desde sempre, o empres�rio Doug Elmets far� em novembro algo que jamais imaginou: dar� seu voto ao rival Partido Democrata nas elei��es presidenciais americanas.

Inconformado com a escolha quase certa de Donald Trump como o candidato de seu partido, Elmets decidiu dar um passo al�m na oposi��o ao magnata, organizando um movimento de republicanos em apoio a Hillary Clinton, a prov�vel representante democrata na elei��o de 8 de novembro.

	Kevin Lamarque/Reuters
	A pr�-candidata democrata Hillary Clinton pode ganhar o apoio dos republicanos moderados

N�o � uma decis�o simples para Elmets, 58, membro do Partido Republicano h� 42 e integrante a equipe de imprensa do presidente Ronald Reagan no fim dos anos 80.

"� uma p�lula amarga, mas votar em Hillary � uma alternativa muito melhor que apoiar um xen�fobo como Donald Trump. Qualquer um com o m�nimo de respeito por mulheres, minorias e pelo direito de divergir n�o pode apoiar Trump", disse Elmets � Folha da Calif�rnia, onde tem uma ag�ncia de comunica��o pol�tica e corporativa.

Elei��es nos EUA - Como est� a contagem de delegados at� o momento

O empres�rio � um exemplo dr�stico de que os republicanos contr�rios a Trump n�o desistiram de tentar barrar sua chegada � Casa Branca, mesmo ap�s o magnata se tornar o virtual candidato do partido, na semana passada.

Nos �ltimos dias, l�deres republicanos se articularam em torno da ideia de lan�ar um terceiro candidato, que possa oferecer uma alternativa aos que n�o suportam Trump nem Hillary.

Um dos mais ativos defensores desse plano � o analista conservador William Kristol, editor-fundador da revista "The Weekly Standard".

Na quinta (5), poucas horas ap�s Trump ficar sozinho na corrida, Kristol reuniu-se em um hotel de Washington com Mitt Romney, candidato republicano � Presid�ncia em 2012 e cr�tico ferrenho de Trump, para tentar convenc�-lo a aderir � campanha.

Apesar de ter dito nos �ltimos meses que n�o pretende se candidatar, observadores acham que o encontro com Kristol indica que Romney n�o descarta a possibilidade.

"N�o precisamos ter uma escolha bin�ria. O sistema permite candidatos independentes e muita gente qualificada j� disse que n�o podem apoiar nem Trump nem Hillary", disse o colunista.

Para Kristol, o fato de nomes importantes do partido n�o estarem dispostos a apoiar Trump, como os dois ex-presidentes Bush e o atual presidente da C�mara, Paul Ryan, deveria levar os eleitores republicanos a reavaliar.

Fiel a seu estilo, Trump defendeu-se indo para o ataque. Em entrevista no domingo (8), o bilion�rio n�o descartou um movimento para impedir que Ryan presida a conven��o republicana, em julho, quando o candidato do partido ser� aclamado.

Em meio ao que analistas americanos chamam de "guerra civil" no partido, Trump e Ryan se re�nem nesta quinta para tentar aparar arestas. Apesar da relut�ncia em apoiar o bilion�rio, o presidente da C�mara � contr�rio � ideia de um terceiro candidato, que considera "um desastre" para o partido.

Al�m da dificuldade em encontrar um nome de consenso, os defensores da "terceira via" esbarram na lei dos Estados americanos.

Em v�rios deles, o prazo para o registro de candidatos termina em breve. No Texas, um dos principais na elei��o presidencial, expirou domingo. A solu��o, dizem "terceiristas", seria recorrer � Suprema Corte, alegando que o prazo viola a liberdade de escolha e � inconstitucional.

PR�XIMAS PR�VIAS NOS EUA - Delegados em jogo

PRIM�RIAS

Sem chances matem�ticas de conquistar a candidatura presidencial democrata, o senador Bernie Sanders � o favorito para vencer a pr�via desta ter�a (10) na Virg�nia Ocidental, mantendo seu plano de ir at� o fim para influenciar a agenda do partido.

A vantagem em rela��o a Hillary Clinton � de seis pontos percentuais, segundo a m�dia de pesquisas do site Real Clear Politics, e Sanders � beneficiado pelo perfil demogr�fico do Estado, que tem muitos trabalhadores de minas de carv�o.

Clinton tem 2.228 delegados do partido, contra 1.454 de Sanders. Para selar a candidatura, s�o necess�rios 2.382 delegados e a ex-chanceler parece ter a vit�ria garantida, com o apoio dos chamados "superdelegados" democratas, que n�o precisam seguir os resultados das prim�rias. Na Virg�nia Ocidental est�o em disputa 37 delegados.

No Partido Republicano, al�m da Virg�nia Ocidental, Nebraska tamb�m realiza pr�vias nesta ter�a. Com Donald Trump sozinho na disputa, a curiosidade � saber o n�vel de apoio que ele receber�.