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    Quadrilhas visam contrabando de equipamentos para hospitais

    CL�UDIA COLLUCCI
    DE S�O PAULO

    23/03/2015 02h00

    A Abimo, associa��o que re�ne o setor de equipamentos m�dicos e hospitalares, estima que 40% dos aparelhos de videolaparoscopia e endoscopia para exames e cirurgias minimamente invasivas no Brasil sejam ilegais.

    Desses, 70% seriam de contrabando e 30%, de pirataria, diz Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da Abimo. O mercado movimenta R$ 250 milh�es por ano.

    O valor agregado � o que tornou os aparelhos alvo de quadrilhas. Um equipamento importado novo custa R$ 280 mil em revendedoras brasileiras autorizadas (nos EUA, o valor cai para metade).

    Os fabricados no Brasil saem por cerca de R$ 120 mil. J� os contrabandeados s�o vendidos por R$ 80 mil.

    Ainda n�o est� clara a forma como agem os contrabandistas e como esses produtos chegam �s cl�nicas e hospitais brasileiros. A suspeita � que grande parte seja comprada nos EUA, em leil�es de equipamentos usados ou recondicionados.

    No Brasil, a Anvisa pro�be o com�rcio de equipamentos usados, mas autoriza os recondicionados (com a garantia do fabricante original das caracter�sticas de seguran�a).

    A suspeita da Abimo e de outros dois fabricantes nacionais, que preferem n�o se identificar por temerem repres�lias, � que muitos equipamentos cheguem ilegalmente ao Brasil desmontados, em cont�ineres.

    Em opera��es da Pol�cia Federal, j� foram apreendidos aparelhos laparosc�picos, desmontados, em bagagens de passageiros que desembarcaram em Cumbica, vindos de Miami (EUA).

    No Brasil, os principais compradores s�o m�dicos, hospitais e cl�nicas. "Eles sabem da ilegalidade e dos riscos a que submetem seus pacientes", afirma Fraccaro.

    SEM GARANTIA

    Entre os poss�veis problemas de um aparelho contrabandeado est� a falta de garantia de qualidade e seguran�a –eles podem provocar desde imprecis�es no exame at� mesmo infec��es e queimaduras causadas por falta de manuten��o adequada.

    Em muitos hospitais, s�o frequentes situa��es que favorecem o uso de equipamentos contrabandeados.

    Esses aparelhos, em geral, pertencem �s equipes m�dicas, que os utilizam em procedimentos como cirurgias ortop�dicas e ginecol�gicas, e os hospitais n�o t�m como praxe cobrar dessas equipes documentos atestando a proced�ncia do equipamento.

    A Folha apurou que n�o � incomum profissionais "ganharem" do distribuidor o aparelho em troca de virar cliente exclusivo de pe�as como pin�as e tesouras.

    "Nos hospitais de refer�ncia, que passam por acredita��es, isso � mais dif�cil. � um expediente que pode ocorrer em institui��es menores", afirma Francisco Balestrin, presidente da Anahp (associa��o de hospitais privados).

    Segundo informa��es do Cnes (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Sa�de), haveria ao todo 3.835 equipamentos de videolaparoscopia em uso no Brasil. O setor estima ao menos o triplo disso.

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