VER�O 1993 (muito bom)
(Estiu 1993)
DIRE��O Carla Sim�n
ELENCO Laia Artigas, Paula Robles, Bruna Cus�, David Verdaguer
PRODU��O Espanha, 2017, 12 anos
QUANDO em cartaz, veja salas e hor�rios de exibi��o

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"A fam�lia � um enigma", disse a diretora espanhola Carla Sim�n sobre seu filme, "Ver�o 1993", que chega agora ao circuito brasileiro.

"A fam�lia", prosseguiu ela, "� uma constante fonte de inspira��o porque s�o rela��es que voc� n�o escolhe e que tem que se esfor�ar para entender".

Custa acreditar que "Ver�o 1993" seja o primeiro longa-metragem de Sim�n, 31, tamanha a seguran�a narrativa apresentada pela cineasta, assim como o seu talento para a dire��o de atores.

Uma hip�tese para estreia t�o bem-sucedida � que Sim�n, tamb�m respons�vel pelo roteiro, tinha clareza incomum sobre a hist�ria que pretendia contar. "Ver�o 1993", afinal, diz respeito a sua pr�pria inf�ncia e suas rela��es familiares.

Anos depois da morte do pai, Frida (Laia Artigas), de 6 anos, perde a m�e, ambos v�timas de Aids.

A menina deixa, ent�o, a cidade de Barcelona para morar em um s�tio no interior da Catalunha com os tios, Esteve (David Verdaguer) e Marga (Bruna Curs�), e uma prima mais nova, Anna (Paula Robles), de apenas 4 anos.

Tomada por tristeza e perplexidade, Frida n�o sabe como reagir � nova disposi��o familiar. E quem saberia?

Tampouco os tios convertidos em pais est�o preparados para receb�-la, embora pare�am bem-intencionados. O arranjo afetivo, afinal, se revela mais complexo do que o casal pressup�e.

Um filme que aborda a inf�ncia e a morte sempre enfrenta o risco de afundar no sentimentalismo. "Ver�o 1993", por�m, consegue escapar da armadilha.

Os acertos come�am por uma aposta firme nas imagens. Os di�logos dizem muito, mas as imagens dizem mais. Tens�es se revelam sob o sil�ncio da natureza exuberante do ver�o da Catalunha, cen�rio das brincadeiras das meninas Frida e Anna.

N�o se pode, contudo, mencionar a for�a expressiva do filme sem citar a presen�a das crian�as, especialmente Laia Artigas.

A diretora e sua equipe souberam como deixa-las � vontade, especialmente Laia. Mas pouco adiantaria essa condu��o cuidadosa se a protagonista n�o fosse um talento extraordin�rio. Durante grande parte do filme, a c�mera est� muito pr�xima de Laia, cujos olhares alternam arrebatamento, melancolia, medo, curiosidade.

Se "Ver�o 1993" acumula pr�mios na Europa, como o de Melhor Primeiro Filme no Festival de Berlim, os m�ritos s�o sobretudo da diretora Carla Sim�n e da atriz mirim Laia Artigas, duas espanholas de futuro promissor.