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    41� Mostra de SP

    Document�rio reconta hist�ria do maior ladr�o de livros raros do pa�s

    NATHALIA DURVAL
    DE S�O PAULO

    28/10/2017 02h00

    La�ssio Rodrigues de Oliveira, 44, decidiu largar o trabalho de balconista em uma padaria em S�o Bernardo do Campo, em S�o Paulo, para se tornar ladr�o de livros.

    Hoje na penitenci�ria Milton Dias Moreira, no Rio, teve outras quatro passagens pelo sistema carcer�rio. Cumpriu quase dez anos e foi condenado a mais uma d�cada.

    O jornalista e diretor Carlos Juliano Barros acompanhou a trajet�ria do ladr�o incomum e trocou correspond�ncia com ele de 2012 a 2017.

    Em parceria com Caio Cavechini, ele conta essa hist�ria no document�rio "Cartas para um Ladr�o de Livros".

    O filme estreou no Festival do Rio e tem neste s�bado (28), �s 16h, sua �ltima exibi��o na 41� Mostra Internacional de Cinema de S�o Paulo.

    Considerado pela Pol�cia Federal o maior criminoso do g�nero no pa�s, La�ssio levou livros, fotos, mapas e documentos raros de bibliotecas e museus em diversos Estados.

    O ladr�o culpa Carmen Miranda pelos atos. F� da cantora, decidiu colecionar a seu respeito. Uma revista "Fon Fon" dos anos 1940 com ela na capa foi o primeiro furto.

    Motivado pela pobreza, diz, viu oportunidade nas falhas de seguran�a dos acervos e come�ou a agir no fim dos anos 1990. Percebeu que havia colecionadores dispostos a pagar por obras raras.

    Biblioteca Nacional/Reprodu��o
    La�ssio se impressionou tanto com a iconografia 'Os Trinta Val�rios', de Val�rio Vieira (1862-1941), que decidiu n�o roub�-la
    La�ssio gostou tanto da iconografia 'Os Trinta Val�rios' (1901), de Val�rio Vieira, que decidiu n�o roub�-la

    Seu maior feito, afirma, foi levar mais de 2.000 documentos, avaliados em cerca de R$ 1,5 milh�o, do Pal�cio do Itamaraty, no Rio.

    Foi detido pela primeira vez em 2004, ap�s den�ncia de um vendedor que comprou dele por R$ 2.000 um livro estimado em R$ 70 mil, pertencente ao Museu Nacional.

    Barros quer mostrar uma vis�o pessoal do criminoso, a quem considera "peculiar". "Acho que a fun��o do cinema � apresentar outro ponto de vista sobre uma boa hist�ria", diz. "Isso n�o me faz relevar os atos criminosos", ressalva o diretor. Ele, afinal, "lesou museus e bibliotecas".

    Nascido em Teresina, no Piau�, La�ssio fala ingl�s e iniciou faculdade de biblioteconomia. Ele afirma querer "deixar sua marca" para n�o ser "mais um na multid�o".

    Na primeira carta a Barros, s� concordou em falar se recebesse uma biografia de Carmen Miranda. Depois, recomendou a leitura de "A Menina que Roubava Livros", de Markus Zusak.

    As investiga��es n�o procuraram identificar quem comprou obras de La�ssio nem o paradeiro delas. Mas algumas foram recuperadas.

    "V�rios compraram essas obras de arte e se safaram. Me parece pouco prov�vel que n�o soubessem da origem criminosa", pondera Barros.

    Assista ao trailer de 'Cartas Para um Ladr�o de Livros'

    Assista ao trailer de 'Cartas Para um Ladr�o de Livros'

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    CARTAS PARA UM LADR�O DE LIVROS
    DIRE��O Caio Cavechini e Carlos Juliano Barros
    PRODU��O Brasil, 2017, 12 anos
    MOSTRA s�b. (28), �s 16h, no Cine Caixa Belas Artes

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