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    41� Mostra de SP

    Festival paulistano revela 'cinema do amor' do franc�s Paul Vecchiali

    S�RGIO ALPENDRE
    COLABORA��O PARA A FOLHA

    22/10/2017 02h00

    AFP
    Danielle Darrieux em cena do filme 'En Haut des Marches', de Paul Vecchiali
    Danielle Darrieux em cena do filme 'En Haut des Marches', de Paul Vecchiali

    Cineasta do amor, da loucura, dos corpos que se entregam em dan�as, transas, brigas; dos corpos apaixonados ou decadentes, cora��es vibrantes ou desiludidos. Cineasta da liberdade, do arrojo e do gozo, da coragem de ser sentimental sem pedir permiss�o e dos flertes com a hist�ria do cinema.

    Assim � Paul Vecchiali, um dos maiores em atividade, que o espectador poder� conhecer melhor na 41� Mostra.

    O cin�filo brasileiro teve a chance de conhecer tr�s dos seus longas recentes: "Noites Brancas no Pier" (2014), "� o Amor" (2015) e "O Ignorante" (2016), com distribui��o no circuito comercial.

    O primeiro foi acompanhado por uma redescoberta de sua obra na Fran�a, onde foi homenageado com retrospectivas e restaura��es de alguns de seus filmes antigos.

    Nada mais justo, mas sua carreira nunca teve um real per�odo de baixa. "� o Amor" � um de seus melhores filmes, o que mostra que sua verve continua implac�vel.

    O festival exibir� dos celebrados "O Estrangulador" (1970), "Mulheres, Mulheres" (1974) e "R�quiem Para Uma Mulher" (1979), aos igualmente brilhantes, mas ins�litos "A Chantagem" (1975) e "Uma Vez Mais" (1988).

    S�o 12 longas e um curta, incluindo os tr�s que foram distribu�dos comercialmente e o �ltimo que dirigiu, "Os 7 Desertores" (2017), que ter� estreia mundial no evento.

    Todos os filmes programados s�o obrigat�rios. Mas em tempos de censuras a manifesta��es art�sticas, vale chamar aten��o para "A Chantagem", drama com sexo expl�cito (um ano antes de "O Imp�rio dos Sentidos") que faz Lars Von Trier parecer pudico com "Ninfoman�aca".

    "Uma Vez Mais", dedicado aos inadequados do mundo, � um melanc�lico registro da Aids em seus anos mais terr�veis e devastadores, em meados da d�cada de 1980.

    Vemos acontecimentos na vida de um homem em apenas dois ou tr�s dias de cada m�s de outubro, de 1976 a 1987. A fragmenta��o � inventiva. Personagens desaparecem e reaparecem, provocando estranheza em meio � beleza de sua mise-en-sc�ne.

    "Mulheres, Mulheres" � tido como seu maior momento. � justo, por ser um grande filme, e injusto, se pensarmos na riqueza de sua carreira.

    O longa traz uma atua��o de antologia de H�l�ne Surg�re, com quem Vecchiali mais trabalhou. Aqui ela interpreta uma atriz decadente e desencantada, que divide um apartamento com outra atriz (vivida por Sonia Saviange).

    Talvez seja injusto reclamar de aus�ncias numa sele��o s� com p�rolas, mas d� para –ao menos tr�s: o duro e belo "La Machine" (1977), sobre pena de morte, al�m de dois filmes de sua "d�cada dif�cil": o po�tico "Point d"Orgue" (1993), produzido para a TV, e o obscuro e fascinante "Wonder Boy" (1994).

    De todo modo, os 12 longas e o curta da programa��o servir�o para que o espectador possa ficar realmente maravilhado e queira procurar os outros filmes do diretor.

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