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    Para L�zaro Ramos e Lilia Schwarcz, racismo � um problema de todos

    LUCAS NEVES
    ENVIADO ESPECIAL A PARATY

    29/07/2017 13h28

    O ator e escritor L�zaro Ramos e a historiadora Lilia Moritz Schwarcz disseram neste s�bado (29), na Casa Folha, que o racismo precisa ser encarado como um problema de todos no Brasil, n�o s� dos negros, seu principal alvo.

    A mesa, mediada pelo jornalista Maur�cio Meireles, lotou o espa�o da rua do Com�rcio, e muitas pessoas assistiram do lado de fora, onde se formou uma longa fila. A primeira pessoa chegou �s 6h –o debate come�ava �s 10h. Os dois convidados foram aplaudidos efusivamente em v�rios momentos do encontro.

    "Temos de sair deste lugar do Lima [Barreto, homenageado desta Flip], de falar de preconceito a partir do outro, do negro", afirmou L�zaro, que lan�ou h� pouco "Na Minha Pele" (Objetiva), em que costura mem�rias pessoais e reflex�es em torno do racismo. "Precisamos pensar em quando fomos c�mplices, em quando causamos dor. O meu foco � onde a gente se aproxima, o que cada um pode fazer."

    "Lima, descendente de escravizadas pelos dois lados, dizia que a verdadeira aboli��o n�o seria feita pela lei [�urea, 1888], mas pela educa��o e pelo afeto", lembrou Lilia, autora da recente biografia "Lima Barreto - Triste Vision�rio" (Companhia das Letras).

    E emendou: "Nos cem anos da lei, uma pesquisa mostrou que os brasileiros se sentiam numa ilha de democracia racial, cercada por racistas por todos os lados. Se o tema n�o virar um problema nacional, n�o vai se resolver. O pior espa�o � o do sil�ncio, do n�o dito. Quando a gente fala, pode se entender".

    Na Minha Pele
    L�zaro Ramos
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    Para L�zaro, n�o deve haver cartilha para abordar o racismo. "Buscamos uma f�rmula exata de milit�ncia, somos juiz de genit�lia e da pele alheia. Que neg�cio esquisito! N�o posso dar uma resposta [sobre a melhor forma de tratar o tema]. Estou tentando atrav�s da arte, por meio do livro que escrevi. O racional n�o d� conta sozinho [de peitar o racismo]. Vamos precisar de outras armas, da poesia, do cinema."

    Lilia explicou que a milit�ncia de Lima era de natureza distinta da que se v� hoje. "Ele fazia uma literatura impactada pela dor, afetada por ela, em um momento de nega��o do preconceito e do racismo. Diziam que ele era contra a Rep�blica, mas ele s� se opunha � n�o inclus�o do novo regime. Naquela �poca, era ainda mais dif�cil ser militante do que hoje."

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