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    Jorge Schwartz apresenta mapa para vasto labirinto de Jorge Luis Borges

    MAUR�CIO MEIRELES
    DE S�O PAULO

    22/07/2017 02h00

    AFP
    Literatura: o escritor argentino, Jorge Luis Borges, em seu quarto de hotel na Cidade do M�xico, no M�xico. *** (FILE) Picture taken on August 22, 1981 of Argentine author Jorge Luis Borges in his Mexico City hotel room. Borges usually goes into seclusion on his birthday, but the nearly blind author will be awarded 25 August Mexico's Ollin Yoliztli literature prize by President Jose Lopez Portillo. AFP UPI PHOTO SABETTA
    Jorge Luis Borges, em foto no M�xico em 1981

    O t�tulo "Borges Babil�nico -Uma Enciclop�dia", do livro organizado por Jorge Schwartz que chega agora �s prateleiras, n�o podia ser mais apropriado.

    Quem se aproxima da obra do escritor argentino ter� a sensa��o de estar diante de um grande monumento. L�-lo, em resumo, � como percorrer labir�nticos corredores.

    A imagem n�o se deve apenas � vast�ssima cultura enciclop�dica de Borges -com refer�ncias � filosofia, � teologia, aos mitos e literaturas orientais e ocidentais-, mas tamb�m � forma como ele usou tal saber para construir grandes abstra��es do pensamento.

    Jorge Schwartz apresenta, ent�o, um mapa do labirinto. Com colaboradores como Alberto Manguel, Beatriz Sarlo e Leyla Perrone-Mois�s, entre outros, a obra traz verbetes sobre o universo do autor.

    O volume, conta Schwartz, come�ou a ser feito h� 20 anos -como um exerc�cio com alunos de gradua��o, para ser um pequeno guia.

    A ideia � interessar tanto o especialista, que deseja respostas espec�ficas para suas d�vidas, quanto estimular o leitor leigo a ler Borges.

    "A curiosidade de qualquer leitor pode fazer do verbete um final em si mesmo, ou um instrumento de an�lise. H� uma vasta bibliografia final, dos livros consultados pelos verbetistas, a qual sem d�vida ajudar� o especialista", diz Schwartz.

    N�o � s� por explorar o universo do argentino que o livro � borgiano.

    O autor era um grande leitor de dicion�rios e enciclop�dias -que ele lia horizontalmente, n�o como instrumento de consulta.

    "Ningu�m deu o status de literatura �s enciclop�dias e dicion�rios como Borges", afirma Schwartz.

    Al�m disso, em textos cl�ssicos, Borges associava a experi�ncia do homem na biblioteca a uma experi�ncia com o infinito -e a quest�o da organiza��o desse vasto mundo tamb�m estava presente.

    "Nada substitui o prazer da leitura de contos cl�ssicos como 'A biblioteca de Babel', ou 'Tl�n, Uqbar, Orbis Tertius', [no livro 'Fic��es'] em que a biblioteca tem protagonismo fundamental", afirma Schwartz.

    Para o cr�tico, a horizontalidade da enciclop�dia tradicional faz ela vencer a Wikip�dia, ao aproximar aleatoriamente, por exemplo, o verbete "enciclop�dia" a "En Soph", a pura ess�ncia de Deus segundo os cabalistas.

    FIC��O E TEORIA

    Schwartz lembra que o chamado "boom" da literatura americana, nos anos 1960, n�o existiria sem a literatura de Borges.

    "� uma verdadeira revolu��o no campo da escrita, em que se fundem fic��o, cr�tica e teorias liter�rias. Borges deu uma dimens�o universal � literatura argentina, que pecava por excesso de nacionalismo e de cor local", diz.

    Borges Babil�nico - Uma Enciclop�dia
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    O organizador do volume lembra dos encontros com Borges quando o autor veio ao Brasil, em 1984. Na ocasi�o, ele deu uma palestra no estacionamento da sede da Folha, em S�o Paulo -mas o barulho das rotativas tornava dif�cil ouvi-lo, afirma Schwartz.

    "Aos 84, sua imagem impunha a vis�o de um profeta cego, um Tir�sias argentino."

    BORGES BABIL�NICO
    ORGANIZA��O Jorge Schwartz
    EDITORA Companhia das Letras
    QUANTO R$ 109,90 (576 p�gs.)

    Edi��o impressa

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