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    Em cinebiografia, Elis Regina luta para se afirmar em ambiente machista

    GUILHERME GENESTRETI
    ENVIADO ESPECIAL A GRAMADO (RS)

    28/08/2016 15h12

    Divulga��o
    Andreia Horta como Elis Regina no filme "Elis"
    Andreia Horta como Elis Regina no filme "Elis"

    Quem n�o conhecer a trajet�ria de Elis Regina e topar com a cinebiografia "Elis", que estreia em novembro, vai formar na cabe�a a ideia de uma cantora que pautou toda a carreira pela necessidade de se afirmar —contra rivais na m�sica, contra gravadoras, contra a ditadura militar, contra os maridos.

    "Ela teve que se impor num ambiente muito machista, por isso esse retrato", diz � Folha o diretor Hugo Prata, logo ap�s a exibi��o do filme em Gramado, na noite deste s�bado (27). "Elis" abriu a competi��o de filmes nacionais no festival de cinema da serra ga�cha.

    Sobre o consumo de drogas, que fulminaria a vida da cantora em 1982, a men��o � t�mida. "Consegue um pouco daquele barato? Preciso de energia" � a �nica frase que o p�blico tem como deixa para perceber o envolvimento de Elis com coca�na.

    "Ela era muito careta. O uso de drogas ocorreu s� mesmo nos �ltimos meses de vida dela", diz Prata.

    "Elis" � uma cinebiografia cl�ssica. Repassa, de forma cronol�gica os 18 anos de carreira da cantora ga�cha, desde que ela desembarcou no Rio para tentar gravar o primeiro disco, em meio � convuls�o do golpe militar, at� a morte, em S�o Paulo.

    Os principais momentos de sua carreira, descritos com didatismo, est�o todos ali: os primeiros shows no Beco das Garrafas, em Copacabana, com Mi�le e B�scoli; o estouro na TV, quando S�o Paulo destronou o Rio como capital da m�sica brasileira; e os embates com a ditadura e com a esquerda, que n�o a perdoou quando ela foi obrigada a cantar para os militares.

    No papel principal, Andr�ia Horta repete os mesmos trejeitos e tiques da cantora: os pulinhos no palco, os bra�os em h�lice, o sorriso gengival. O estreante Prata, que veio da dire��o de videoclipes, d� bastante destaque para as performances, que contam com Andr�ia dublando a personagem.

    ROUBO DA JULES RIMET

    Compete com "Elis"pelo Kikito a com�dia "O Roubo da Ta�a", que tamb�m foi exibida na noite de s�bado.

    O filme, dirigido por Ca�to Ortiz, remonta o desastrado e c�mico roubo da ta�a do tricampeonato.

    Paulo Tiefenthaler (do programa "Larica Total") e Danilo Grangheia fazem a improv�vel dupla de bandidos p�-de-chinelo que invadiram a sede da CBF, no Rio, em 1983, e levaram a ta�a Jules Rimet.

    O filme se esbalda na comicidade de um evento de tintas t�o pat�ticas que s� poderia acontecer no Brasil: sabe-se-l�-porqu�, a r�plica estava guardada no cofre, e a original ficava exposta sob um vidro mal pregado.

    "Como um pa�s desses ganhou tr�s Copas?", diz um dos personagens. Outra tirada que despertou gargalhada generalizada: "A CBF � s�ria!", diz o dirigente da entidade, interpretado por Stepan Nercessian.

    O jogo c�mico do filme � completado pela atriz Ta�s Ara�jo, que vive a fogosa mulher de Peralta (Tiefenthaler).

    O an�ncio dos vencedores da mostra sai na noite de s�bado (3). S�o seis filmes nacionais no p�reo, incluindo as novas produ��es de Domingos Oliveira ("Barata Ribeiro") e Marco Dutra ("O Sil�ncio do C�u").

    O Festival de Gramado abriu na sexta (25), com a exibi��o de "Aquarius", fora da competi��o.

    O filme de Kleber Mendon�a Filho foi ovacionado em sess�o que contou com gritos de "Fora, Temer", vindos do p�blico. Marcelo Calero, ministro da Cultura, estava no cinema e foi vaiado.

    "Nunca � demais repetir que � golpe", disse, sobre o impeachment de Dilma, a atriz Sonia Braga, protagonista de Aquarius", na coletiva de imprensa que ocorreu no s�bado (26).

    O jornalista viajou a convite do Festival de Gramado

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