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    Mostra com mais de cem obras de Joan Mir� entra em cartaz em SP

    SILAS MART�
    DE S�O PAULO

    23/05/2015 02h30

    Menos delirante e mais realista do que se imagina, o Joan Mir� que surge na retrospectiva dedicada a ele agora no Instituto Tomie Ohtake � um artista de p�s firmes no ch�o, um autor que construiu uma obra arraigada na paisagem agreste da Catalunha e ao mesmo tempo em s�mbolos on�ricos.

    Na maior mostra do espanhol j� realizada no pa�s est�o mais de cem obras de todas as fases de sua vida, sendo mais de 40 delas pinturas.

    Em tr�s salas do centro cultural paulistano, � poss�vel observar a evolu��o da linguagem de Mir�, um dos artistas mais influentes do s�culo 20, morto aos 90, em 1983.

    V�deo: Neto de Mir� comenta exposi��o do artista espanhol em S�o Paulo

    S�o trabalhos que v�o desde os anos 1930, com o surgimento de seu vocabul�rio visual de personagens como o p�ssaro, o homem e a mulher, at� as pinturas de gestual mais bruto e err�tico dos anos 1970, influenciadas pelo trabalho de expressionistas abstratos, como Jackson Pollock, que ele viu nos Estados Unidos.

    PRIMITIVO

    "Mir� sempre foi capaz de se aproximar do cosmos ao mesmo tempo em que olhava os aspectos mais primitivos do ser humano", diz Joan Punyet Mir�, neto do artista. "Ele foi um criador visceral, que retratou o lado mais arcaico da experi�ncia humana."

    Nesse sentido, Mir� buscou na experimenta��o com materiais uma forma de traduzir a trag�dia das guerras que viveu e a viol�ncia da ditadura de Francisco Franco, que dominou a Espanha dos anos 1930 � d�cada de 1970.

    Em vez de pintar s� sobre a tela convencional, o artista criou composi��es sobre chapas de madeira, lixas, trapos e at� outras pinturas que comprava em mercados de pulgas.

    Sua ideia era partir dos n�s e veios da superf�cie da madeira ou das manchas e rasgos num papel para estruturar seus desenhos, usando o acaso como for�a motriz.

    Ou seja, seus personagens quase abstratos e arquet�picos –a mulher como s�mbolo da fertilidade e o p�ssaro como liga��o entre c�u e terra– tinham ra�zes mais do que s�lidas, inscritos na rugosidade da madeira e nos vincos do papel.

    Mais perto da morte, Mir� passou a cobrir suas telas de negro, com tra�os mais grossos e desajustados, manifestando sua consci�ncia do fim.

    JOAN MIR�
    QUANDO abre neste s�bado (23), �s 11h, para convidados; de ter. a dom., das 11h �s 20h; at� 16/8
    ONDE Instituto Tomie Ohtake, r. Corop�s, 88, tel. (11) 2245-1900
    QUANTO R$ 10

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