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    M�sica brasileira perde a alegria de Jair Rodrigues, morto aos 75

    DE S�O PAULO

    09/05/2014 02h18

    Famoso em todo o Brasil por gravar can��es de apelopopular e manter uma atitude de alegria constante, Jair Rodrigues morreu ontem aos 75 anos em sua casa, em Cotia, na Grande S�o Paulo.

    O corpo foi encontrado �s 9h30 na sauna da casa. A causa da morte foi infarto, segundo sua assessoria.

    Declara��es de amigos indicam que Jair n�o apresentava problemas de sa�de. Cumpria agenda de shows, ap�s ter lan�ado dois CDs em mar�o. Sua �ltima apresenta��o foi na ter�a, em S�o Louren�o (MG). Tinha mais tr�s shows marcados para este m�s.

    Davi Ribeiro/Folhapress
    A vi�va, Clodine, com os filhos Luciana Mello e Jairzinho, e a nora, Tania Khalill, no vel�rio do cantor
    A vi�va, Clodine, com os filhos Luciana Mello e Jairzinho, e a nora, Tania Khalill, no vel�rio do cantor

    Era raro Jair n�o cantar, nos shows, seus sucessos "Deixa Isso pra L�" (1964), de Alberto Paz e Edson Menezes, e "Disparada" (1966), de Geraldo Vandr� e T�o de Barros. A primeira can��o � considerada precursora brasileira do rap, com seu refr�o quase falado. A segunda venceu o Festival da M�sica Popular Brasileira de 1966, empatada com "A Banda", de Chico Buarque, e defendida por Nara Le�o.

    A consagra��o no festival chegou quando Jair j� era conhecido por seu trabalho na TV. Ele comandava o programa "O Fino da Bossa", ao lado de Elis Regina. Mas sua carreira come�ara ainda no final dos anos 1950, em casas noturnas do interior paulista.

    NASCIDO NO CANAVIAL

    Jair Rodrigues nasceu em 6 de fevereiro de 1939, em um canavial em Igarapava (446 km a norte de S�o Paulo). Trabalhou como engraxate, ajudante de alfaiataria e de pedreiro antes de virar cantor.

    Sua aproxima��o com a m�sica teve influ�ncia do coral da igreja, dos seresteiros da regi�o de Nova Europa, onde morou com a fam�lia, e dos colegas da alfaiataria que ouviam cantores como Ataulfo Alves, Agostinho dos Santos, Silvio Caldas e �ngela Maria.

    Em 1959, Jair se mudou para S�o Paulo. Enquanto ele trabalhava em alfaiataria, participava de programas de calouros e cantava na noite.

    Seu primeiro compacto foi gravado em 1962. Os primeiros LPs, de 1964, foram "Vou de Samba com Voc�" e "O Samba como Ele �". Ent�o veio "Deixa Isso pra L�".

    "Quando gravei essa m�sica, a maior parte dos cr�ticos escreveu que eu era artista de uma m�sica s�. Era preconceito, eu ficava triste."

    Em 1965, cantou pela primeira vez com Elis. O primeiro disco da dupla, "Dois na Bossa", foi um fen�meno que vendeu um milh�o de c�pias.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Em 1971, gravou o �lbum "Festa para um Rei Negro". A m�sica que d� t�tulo ao disco era enredo do Salgueiro. � menos conhecida pelo nome, mas seu refr�o � o famoso "� l� l�, � l� l�/ pega no ganz�/ pega no ganz�".

    Nos anos 1980, se aproximou do sertanejo e alcan�ou um de seus maiores �xitos (um milh�o de c�pias) com "Sua Majestade, o Sabi�", composta por Roberta Miranda.

    Em 2006, foi o homenageado no Pr�mio Tim de M�sica e recebeu indica��o ao Grammy Latino, na categoria �lbum de Samba Brasileiro, com "Alma Negra".

    O vel�rio foi ontem, na Assembleia Legislativa de S�o Paulo. O enterro est� marcado para as 11h de hoje, no cemit�rio do Morumbi, restrito a familiares e amigos.

    Jair Rodrigues deixa a mulher, Clodine (com que se casou em 1974), os filhos Jair Oliveira e Luciana Mello, tamb�m cantores, e quatro netos.

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