Torcedores de p� durante toda a partida, a maioria assistindo ao jogo sem a prote��o de uma cobertura e assentos sem marca��o.

Reformado e aberto como a nova casa do Flamengo no in�cio de 2017, a Ilha do Urubu, na zona norte do Rio de Janeiro, foi concebida na contram�o do padr�o Fifa.

Na vit�ria dos cariocas contra o Santos, por 2 a 0, na quarta-feira (28), a maioria do p�blico acompanhou o jogo inteiro de p� at� no setor oeste, o mais caro, uma esp�cie de tribuna.

Neste domingo (2), �s 16h, quando o time do Rio enfrentar o S�o Paulo, os flamenguistas dever�o repetir a cena.

"Rejeitamos o termo arena desde o in�cio. A Ilha do Urubu foi pensada sempre para parecer um est�dio antigo, com a torcida mais participativa, interagindo com o time", afirma o diretor de novos neg�cios do clube, Marcelo Fraz�o.

O Flamengo ressuscitou at� a geral, que havia sido banida dos est�dios brasileiros. As arquibancadas atr�s de cada gol n�o t�m assentos para deixar os f�s torcendo em p�.

Para dar mais seguran�a, o setor acabou sofrendo uma adapta��o. Foram instaladas barras antiesmagamento para evitar o efeito avalanche, com queda de torcedores.

A Ilha do Urubu n�o respeita outras regras exigidas pela Fifa, que obrigou o Brasil a construir mais de uma dezenas de est�dios milion�rios.

Localizados embaixo da �nica arquibancada de concreto, os vesti�rios est�o longe de ter os 150 m� impostos pela entidade que controla o futebol no planeta.

O Flamengo tamb�m deixou de lado o padr�o Fifa ao escolher a localiza��o do est�dio, que fica numa �rea residencial, de ruas estreitas, na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro.

A dona da Copa do Mundo recomenda que os est�dios devem ser de f�cil acesso por meio de transporte p�blico.

Ao contr�rio do Maracan�, que conta com esta��o de trem e metr�, h� apenas poucas linhas de �nibus que levam � Ilha do Urubu.

O est�dio tamb�m n�o possui servi�os como lanchonetes padronizadas com �rea de alimenta��o. O Flamengo improvisou um espa�o com "food trucks" nos acessos das arquibancadas provis�rias.

At� as redes colocadas nos gols seguem um desenho antigo, sem as barras atr�s das traves que esticam a trama nas arenas modernas. Na Ilha do Urubu, a rede tem o estilo batizado de v�u de noiva. Nos gols, a bola quase sempre fica presa na teia.

"Esse padr�o Fifa s� serviu para enriquecer as construtoras e o pessoal que gosta de propina. O torcedor quer ver o jogo desse jeito, bem junto dos jogadores. Chega de padr�o Fifa. Aqui � muito melhor", disse o mec�nico Gilberto de Matos.

A Ilha do Urubu custou cerca de R$ 15 milh�es e foi erguida no antigo est�dio da Portuguesa carioca.

Pelo acordo com a equipe, o Flamengo ter� exclusividade para uso do est�dio, com prazo de tr�s anos, renov�veis por mais tr�s. O local tinha lugar para 15 mil torcedores. Hoje, tem capacidade para 20 mil.
Nas tr�s partidas disputadas na Ilha, a equipe est� invicta. Marcou nove gols e sofreu apenas um.

Com m�dia de p�blico de cerca de 14 mil torcedores, o Flamengo teve lucro ao mudar de casa. Arrecadou cerca de R$ 800 mil nos tr�s jogos.

Em maio, amargou um preju�zo de cerca de R$ 300 mil ao jogar no Maracan� para 29 mil pagantes contra o Atl�tico-GO. O clube se queixa do alto valor das taxas cobradas.

	Gilvan de Souza/Flamengo/Divulga��o
	Jogadores do Flamengo comemoram gol de Everton na partida contra o Santos, na Ilha do Urubu

PRE�O SALGADO

Apesar do sucesso de p�blico, torcedores reclamam do pre�o dos ingressos. Sem tantos lugares (a capacidade � de quase 20 mil pessoas), o clube est� cobrando R$ 200 pelo bilhete mais barato (sem a vantagem dos planos de fidelidade) para o confronto deste domingo.

"A Ilha do Urubu foi uma solu��o que encontramos para esse per�odo de indefini��o do Maracan� [a Odebrecht tenta devolver o est�dio ao governo do Rio]. O est�dio tamb�m consegue nos dar um efeito esportivo bom. S� vamos para um est�dio maior, quando o jogo tiver um grande apelo de p�blico", disse Fraz�o.

NA TV
Flamengo x S�o Paulo
16h TV Globo (para S�o Paulo) e Pay-per-view