• Esporte

    Thursday, 11-Jul-2024 20:23:33 -03

    Trag�dia em voo da Chapecoense

    Pai de piloto do voo da Chapecoense vai � Col�mbia 'dar a cara a tapa'

    RODRIGO PEDROSO
    COLABORA��O PARA A FOLHA
    EM LA UNI�N (COL�MBIA)

    14/05/2017 02h00

    Rodrigo Pedroso - /Folhapress
    *** FOTO COM RESTRICAO, NAO USAR SEM AUTORIZA�AO DA FOTOGRAFIA E ESPORTE *** OUT UOL, FOL, AGORA *** Pai de criacao de Miguel Quiroga piloto do voo da LaMia que caiu na Colombia em novembro de 2016, Alberto Montero recebe hóstia de padre de La Unión. Credito Rodrigo Pedroso ***DIREITOS RESERVADOS. N�O PUBLICAR SEM AUTORIZA��O DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Alberto Pinto, pai adotivo do piloto do voo da Chapecoense, recebe h�stia de padre em La Uni�n

    O boliviano Alberto Pinto, 61, chegou na segunda-feira (8) � Col�mbia com duas miss�es. Queria entender o que aconteceu com seu filho e tentar falar com parentes de v�timas da trag�dia a�rea envolvendo a Chapecoense, que deixou 71 mortos. Ele � pai adotivo de Miguel Quiroga, piloto do voo da LaMia, que caiu no dia 29 de novembro, no arredores de Medell�n.

    O empres�rio boliviano passou tr�s dias entre Medell�n e La Uni�n, povoado no p� do morro onde a aeronave caiu. Tentou se aproximar de familiares das v�timas brasileiras, foi a uma missa organizada no local do acidente e se encontrou com a controladora de voo que tentou guiar o pouso da aeronave.

    O informe preliminar da investiga��o da aeron�utica civil colombiana, divulgado em dezembro, responsabilizava Quiroga por falhas no plano de voo, por ter decolado com menos combust�vel do que o exigido. O resultado final da apura��o sair� at� novembro.

    "Vim aqui dar a cara a tapa, poderia ter ficado na Bol�via. Queria ter dito �s pessoas que tamb�m estamos sofrendo", afirmou Alberto � Folha.

    O filho de Miguel, Roger Quiroga, 14, acompanhou o av� na viagem. Ambos ficaram hospedados na casa de um morador do povoado de La Uni�n, pr�ximo do local da queda.

    Na ter�a-feira, a cidade organizou uma homenagem �s v�timas. Estiveram integrantes da delega��o da Chapecoense, entre eles os jogadores sobreviventes Alan Ruschel, Neto e Jackson Follmann.

    Alberto n�o conseguiu se encontrar com os atletas, nem com familiares de v�timas que foram ao local do acidente na tarde de ter�a.

    "Algumas pessoas n�o queriam que eu estivesse ali, o que eu compreendo, mas a fam�lia n�o pode ser culpada pelo que aconteceu", disse.

    Folha, a assessoria da Chapecoense confirmou que n�o aconteceu o encontro entre o pai de cria��o do piloto e os integrantes da equipe que foram ao local. Negou, por�m, que houve veto � presen�a dele na visita.

    Tamb�m na ter�a, o pai conseguiu ter um r�pido contato com alguns familiares de brasileiros que morreram na trag�dia. Em uma cerim�nia de entrega de objetos das v�timas, � noite, Alberto falou com os parentes. O encontro foi intermediado pela psic�loga e volunt�ria colombiana Fernanda Sierra, 28.

    Alberto se aproximou de um grupo de cinco brasileiras para se apresentar.

    "Disse que tamb�m sinto a dor da perda de uma pessoa querida e recebi um abra�o e palavras de conforto."

    Um dia ap�s a visita dos jogadores, Alberto, enfim, foi ao Cerro Chapecoense, como foi batizado o local da queda. Parentes do copiloto boliviano Ovar Goytia e o pai do t�cnico de voo, �ngel Lugo, tamb�m v�timas do acidente, estiveram com ele. Enquanto fazia v�deos narrando o que via para mostrar � m�e de Miguel, Maria Pinto, Alberto cronometrou o tempo que um avi�o que passara sobre sua cabe�a demorou em tocar a terra.

    "Viu? Tr�s minutos daqui � aterrissagem. Por tr�s minutos...", disse, sem completar a a frase.

    O venezuelano Jes�s Ram�n Lugo, 64, pai de �ngel, diz que chegou a culpar Miguel Quiroga pela trag�dia. Agora, afirma que o piloto "tomou uma decis�o errada e que pagou por isso".

    "Fiquei com a sensa��o de que alguns brasileiros n�o queriam proximidade com a gente. Eu gostaria de ter falado com eles, mostrar meus sentimentos", afirmou.

    Lugo foi a La Uni�n atr�s de um documento que explicasse melhor a causa da morte do filho para poder cobrar a indeniza��o do seguro. No laudo oficial, a conclus�o foi de que se deu por morte violenta.

    ENCONTRO MARCADO

    Depois da visita ao morro, Alberto foi a Medell�n para buscar o m�dico que assinou o atestado de �bito. N�o conseguiu encontr�-lo. Queria levar para a m�e de Miguel uma resposta sobre o estado do corpo do filho.

    "Falaram que ele tinha sido decepado e, como fizemos o enterro em caix�o fechado, gerou esse trauma nela."

    Horas antes de embarcar de volta � Bol�via, o pai de Miguel Quiroga teve outro encontro muito esperado por ele. Conversou com Yaneth Molina, a controladora de voo do aeroporto Jos� Maria C�rdoba no momento da queda do avi�o da LaMia.

    Ap�s o vazamento pela imprensa do �udio da conversa entre ela e Miguel momentos antes da colis�o, Yaneth acabou responsabilizada por parte da opini�o p�blica colombiana e boliviana por supostamente ter demorado a transmitir as coordenadas de aterrissagem.

    A conversa durou uma hora. Ambos expressaram pesar pelo acidente e dividiram seus sofrimentos com as repercuss�es do caso.

    "Contei ao Alberto que n�o havia nada que a torre pudesse fazer", afirmou Yaneth. "Eu precisava ver a �ltima pessoa que falou com o meu filho", disse Alberto.

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Reda��o - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024