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    Acusado de dar propina em elei��o da Rio-16 levou quase R$ 3 bi de governo

    S�RGIO RANGEL
    DO RIO

    03/03/2017 12h33 - Atualizado �s 21h16

    Dono do Grupo Facility, o empres�rio Arthur Cesar Menezes Soares Filho � investigado por procuradores da Opera��o Calicute, o bra�o fluminense da Opera��o Lava Jato.

    Apelidado de "Rei Artur" por sua proximidade com S�rgio Cabral, ex-governador do Rio, Soares Filho recebeu quase R$ 3 bilh�es por contratos assinados com o Estado durante os oito anos da gest�o passada.

    Ele � apontado como o maior fornecedor de servi�os terceirizados por meio de empresas ligadas ao Grupo Facility.

    De acordo com o jornal "Le Monde", Soares Filho teria pago cerca de US$ 1,5 milh�o ao filho de um integrante do COI (Comit� Ol�mpico Internacional) durante o processo de escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Ol�mpicos de 2016.

    Em janeiro, o empres�rio deu depoimento aos procuradores da Calicute e afirmou ser amigo pessoal do ex-governador, preso no ano passado.

    No depoimento, ele disse que come�ou a trabalhar no setor p�blico em 1994 e n�o se lembrava de quando constituiu a Facility como empresa principal do grupo.

    Na investiga��o, os procuradores constataram que as empresas do empres�rio repassou cerca de R$ 1 milh�o para o escrit�rio de advocacia da ex-mulher de Cabral, Adriana Ancelmo. J� a empresa de Carlos Miranda, a LRG, recebeu R$ 660 mil. Miranda � apontado como um dos operadores financeiros do grupo. Adriana e Miranda tamb�m est�o presos.

    Questionado, Soares Filho disse que contratou o escrit�rio de Adriana por recomenda��o do ex-governador. O empres�rio negou que o pagamento serviria como propina ao casal.

    Reprodu��o
    Dono do Grupo Facility, o empres�rio Arthur Cesar Menezes Soares Filho � investigado por procuradores da Opera��o Calicute, o bra�o fluminense da Opera��o Lava Jato.
    O empres�rio Arthur Cesar de Menezes Soares Filho

    OUTRO LADO

    A defesa do empres�rio Arthur Cesar Menezes Soares Filho disse nesta sexta (3) que o seu cliente desconhece as informa��es divulgada pelo jornal franc�s "Le Monde".

    De acordo com a publica��o, Soares Filho teria pago cerca de US$ 1,5 milh�o ao filho de um integrante do COI (Comit� Ol�mpico Internacional) durante o processo de escolha do Rio como sede dos Jogos Ol�mpicos de 2016.

    O pagamento teria sido feito tr�s dias antes da escolha do Rio em cerim�nia realizada em Copenhague, capital da Dinamarca.

    Ex-dono do Grupo Facility, Soares Filho � investigado por procuradores da Opera��o Lava Jato. O Comit� Rio-2016 afirmou que o empres�rio n�o tem nenhuma rela��o com o �rg�o. Segundo a entidade, ele nunca participou de qualquer reuni�o no comit�.

    O comit� tamb�m informou que Soares Filho n�o fez parte da delega��o oficial brasileira na Dinamarca.

    Para a Rio-2016, a vit�ria da candidatura brasileira foi limpa. "N�o fizemos nada de errado. Os documentos e os n�meros [dos votos] sempre estiveram abertos", afirmou o diretor de comunica��o do �rg�o, Mario Andrada.

    No terceiro turno, o Rio venceu Madri por 66 votos a 32. Chicago e T�quio tamb�m concorreram.

    ESC�NDALO EM 1998

    O maior esc�ndalo de corrup��o do COI (Comit� Ol�mpico Internacional) foi revelado em 1998.

    Cartolas da entidade ganharam viagens internacionais e estadias em hot�is de luxo para votar a favor de Salt Lake City, cidade vitoriosa na disputa pelos Jogos de Inverno de 2002.

    Ap�s o vexame, o COI lan�ou medidas de recupera��o que inclu�ram banir dez membros, mudar regras e incentivar rotatividade. Desde ent�o, o comit� pro�be presentes, visitas ou lobby de forma informal das cidades candidatas.

    N�o era incomum.

    Em 2000, o jornal americano "Los Angeles Times" publicou reportagens sobre reuni�o promovida no Rio em que Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comit� Ol�mpico do Brasil, presenteou o mexicano Mario Vazquez Ra�a com rel�gio de US$ 1 mil.

    Nuzman, que havia sido eleito membro do COI, j� propagava informalmente o desejo de o Rio se candidatar para sede de 2012.

    Neste ano, o COI vai escolher a cidade que vai receber os Jogos de 2024, entre Paris e Los Angeles.

    Apontado como benefici�rio do pagamento feito pelo empres�rio brasileiro �s v�speras da escolha do Rio para 2016, o filho do ex-presidente da Associa��o Internacional das Federa��es de Atletismo e do COI protagonizou esc�ndalo similar no mundo ol�mpico no ano passado.

    Em maio, o jornal "The Guardian" publicou que o comit� de candidatura dos Jogos de T�quio fez pagamento de 1,3 milh�o de euros a conta vinculada a Papa Massata Diack em Cingapura. O senegal�s � filho de Lamine Diack, ex-chefe da IAAF e ex-membro do COI, que � investigado por corrup��o e acobertamento de casos de doping pela Justi�a francesa.

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