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    Trag�dia em voo da Chapecoense

    Quero voltar a jogar para disputar a Libertadores, diz lateral da Chape

    LUIZ COSENZO
    DE S�O PAULO

    23/12/2016 02h00

    Uma semana ap�s a trag�dia com o avi�o da Chapecoense, o lateral esquerdo Alan Ruschel, 27, um dos seis sobreviventes, j� fazia planos de continuar sua carreira. Quase um m�s depois, o jogador j� tem um objetivo muito mais concreto: retornar ao futebol em seis meses e disputar a Copa Libertadores pelo clube catarinense.

    Ruschel passou por uma cirurgia na coluna devido a uma les�o na 12� v�rtebra durante a queda do avi�o. Ele recebeu alta na �ltima sexta (16) ap�s ficar 18 dias internado, sendo 15 na Col�mbia.

    "Eu quero voltar a jogar em seis meses. Estou vivendo um dia de cada vez e planejo voltar a jogar no meio do ano. Quero voltar a tempo de disputar a Libertadores. Por tudo o que aconteceu, pela hist�ria, quero voltar e ficar na Chapecoense", disse o lateral, que tem contrato com o Internacional at� 2018.

    A fase de grupos do principal torneio sul-americano come�a em 7 de mar�o e se encerra no dia 25 de maio. Ele conseguiria disputar a competi��o caso a equipe avance �s oitavas de final, que ser� realizada em julho.

    Folha, o lateral disse que n�o se lembra do acidente na Col�mbia e nem de ter tirado a alian�a do dedo para que fosse entregue a sua esposa, como foi relatado � �poca.

    O acidente a�reo com o voo da Chapecoense aconteceu no in�cio da madrugada de ter�a-feira (29) [hor�rio de Bras�lia] pr�ximo a Medell�n. A delega��o deixou o aeroporto de Guarulhos, em S�o Paulo, no final da tarde de segunda com destino a Santa Cruz de La Sierra. Na cidade boliviana, a tripula��o embarcou no voo da LaMia no qual aconteceu a trag�dia.

    *

    Folha - O que voc� lembra do acidente?
    Alan Ruschel - Lembro pouca coisa. Lembro da gente chegando em Santa Cruz de La Sierra e a prepara��o do embarque para Medell�n. Eu lembro que o Cadu Ga�cho [gerente de futebol] pediu para eu deixar as poltronas da parte de tr�s para os jornalistas. O Follmann olhou para mim e me chamou para sentar do lado dele. Sentamos no meio da aeronave. A partir da� n�o lembro de mais nada do voo, nem do avi�o decolando, nem do resgate, nem eu entregando minha alian�a de casamento ao chegar no hospital. Lembro apenas de acordar no hospital dois dias depois.

    Como ficou sabendo do do que tinha acontecido?
    Fiquei sabendo do acidente aos poucos. Quando fui acordando n�o sabia o que estava acontecendo. Perguntava para a minha esposa e para o meu pai e n�o sabia o que estava acontecendo. Meu pai disse que tinha sido um pouso for�ado. A recomenda��o dos m�dicos era para n�o contar nada. Cinco dias depois, fiquei sabendo do acidente. Na hora voc� fica assustado. � uma mistura de sentimentos. Estava feliz por estar vivo, mas, ao mesmo tempo, triste por ter perdido um monte de amigos.

    Como era o clima no avi�o antes do embarque?
    O clima era maravilhoso. Estava todo mundo feliz, contente, alegre por estar fazendo hist�ria na Chapecoense. Era a segunda vez na hist�ria que o clube disputava um torneio internacional e j� est�vamos numa final. T�nhamos uma chance real de conquistar o t�tulo da Copa Sul-Americana. Enfim, nosso clima era o melhor poss�vel. Aquele time chegaria muito longe.

    Como est� a sua recupera��o?
    A recupera��o est� cada dia melhor. Estou conseguindo andar e comer sozinho. Tenho ainda dor na coluna, mas � por conta da cirurgia. Estou muito bem, gra�as a Deus. Melhorando a cada dia que passa tanto fisicamente quanto psicologicamente.

    O que voc� planeja para a sequ�ncia da carreira?
    Eu quero voltar a jogar em seis meses. Estou vivendo um dia de cada vez e planejo voltar a jogar futebol no meio do ano que vem. Quero voltar a tempo de disputar a Libertadores. Meu contrato com a Chapecoense vai at� maio. Por tudo o que aconteceu, pela hist�ria, quero voltar e ficar na Chapecoense.

    Ficou com medo de viajar de avi�o?
    Isso s� o tempo vai dizer. A primeira vez que andei de avi�o ap�s o acidente foi quando voltei para o Brasil, com a aeronave da FAB. N�o tive receio at� porque estava morrendo de vontade de voltar para o Brasil, voltar para a minha casa. Agora com o passar do tempo vou ver como vai ficar essa situa��o.

    Como era o relacionamento dos jogadores no dia a dia?
    T�nhamos uma amizade muito forte, o clima entre a gente era muito legal. N�o tinha vaidade no elenco. Todos eram amigos e se respeitavam. Eu tinha muita amizade com o Danilo [goleiro, morto no acidente]. Duas semanas antes do acidente, t�nhamos viajado com nossas fam�lias.
    Eu e o Follmann tamb�m somos muito amigos. Temos uma amizade muito grande, inclusive fora do futebol. Jogamos juntos no Juventude. Quando eu estava no Inter e ele no Gr�mio mantivemos o contato. E agora voltamos a jogar juntos na Chapecoense.

    O que fica desse momento para voc�?
    Eu aconselho que todos devem aproveitar a vida, aproveitar mais a fam�lia e n�o reclamar tanto. As vezes a gente reclama e se incomoda com pouca coisa. Agora, vou procurar aproveitar a vida da melhor maneira poss�vel, fazer o bem para todos. O tratamento que o pessoal da Col�mbia deu para a minha esposa e para o meu pai foi fant�stico. O povo colombiano fez mais do que podia fazer.

    Acidente em voo da Chapecoense

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