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    Centros para idosos t�m maior procura nas f�rias e at� videogame para terapia

    PHILLIPPE WATANABE
    DE S�O PAULO

    11/07/2017 02h00

    Eduardo Knapp/Folhapress
    Maria Eug�nia de Carvalho, 79 (a esq, de vermelho) faz gin�stica ao lado de suas colegas
    Maria Eug�nia de Carvalho, 79 (a esq, de vermelho) faz gin�stica ao lado de suas colegas

    Passar as tardes dan�ando, fazendo exerc�cios, conversando com amigos e at� jogando boliche em um videogame. Faz duas semanas que esse � o agitado dia a dia de Maria Eug�nia de Carvalho, 79, que come�ou a frequentar uma unidade particular de um centro-dia para idosos (CDI).

    Os servi�os de aten��o diurna aos idosos, voltados a pessoas com algum grau de depend�ncia, f�sica ou cognitiva, ficam mais movimentados no per�odo de f�rias.

    Segundo a empresa Cora, no fim de ano a procura pelo servi�o cresce cerca de 50%. No m�s de julho, ela espera crescimento de 30% no n�mero de idosos que passam o dia na institui��o e voltam para casa � noite.

    "Nessa �poca h� uma mudan�a na conjuntura familiar. Voc� precisa dedicar um pouco mais de tempo para outras atribui��es com filhos, para citar um exemplo", diz Rodrigo da Costa, geriatra da Cora Residencial Senior.

    O servi�o tamb�m ajuda os idosos a continuar a pr�tica de exerc�cios apesar das desanimadoras baixas temperaturas do inverno.

    Maria Eug�nia, que � psicopedagoga aposentada, teve problemas no joelho e em um tend�o da perna esquerda, mas no centro-dia n�o deixa de dan�ar e fazer exerc�cios, ainda que com alguma dificuldade "Esse meu joelho � terr�vel", diz ela.

    "As pessoas que j� est�o habituadas continuam frequentando e refor�amos os cuidados e manejo em rela��o ao frio. Mas as pessoas que pretendem come�ar t�m mais resist�ncia em sair de casa", lembra Vanessa Mutchnik, mestre em gerontologia e propriet�ria do Centro-Dia para Idosos Pas�rgada, no bairro da Aclima��o, em S�o Paulo.

    A maior procura pelo servi�o tamb�m acompanha o crescimento da popula��o idosa (com 60 anos ou mais) do Brasil, que se encontra em transi��o demogr�fica.

    Dados do IBGE apontam que, em 2030, o n�mero de idosos j� ter� superado o de crian�as e adolescentes em mais de 2 milh�es de pessoas. Em 2050, ser�o cerca de 30 milh�es a mais de idosos em rela��o a crian�as no pa�s, o que significa que quase 30% da popula��o ter� 60 anos ou mais

    "Vai haver cada vez mais demanda por cuidadores", diz. "Na Europa e EUA j� s�o muito presentes os centros e essa forma de cuidar", diz Alexandre Busse, geriatra do Hospital das Cl�nicas da USP.

    O servi�o � relativamente recente no Brasil, com inaugura��o de diversos centros, tanto p�blicos quanto privados, nos �ltimos anos. O primeiro CDI da Prefeitura de S�o Paulo, por exemplo, foi inaugurado em setembro de 2015, no Bom Retiro, regi�o central da cidade. Hoje s�o 16.

    Nos servi�os privados, os servi�os v�o de cerca de R$ 150 (uma di�ria) at� quase R$ 5.000 para um m�s inteiro.

    Segundo Busse, al�m dos cuidados de sa�de com os idosos, os CDIs podem ser importantes para o est�mulo cognitivo, f�sico e social, que podem servir como formas de preven��o. Os servi�os contam com equipes multidisciplinares, que incluem psic�logos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, alimenta��o, oficinas, atividades manuais e exerc�cios f�sicos.

    "Ap�s a aposentadoria, se a pessoa n�o tem outra coisa que preencha a vida, que fa�a ela se sentir �til para a sociedade, ela vai 'atrofiando'", afirma Busse.

    ATIVIDADE

    Os idosos que frequentam os CDI t�m um certo grau de autonomia, mas ainda precisam de ajuda para atividades do dia a dia para n�o correr riscos ao ficar desamparados.

    "Vim para c� porque meu filho � muito preocupado com minha idade, por eu ter me aposentado e estar mais parada", diz Maria Eug�nia, ap�s se exercitar na Cora.

    A pedagoga aposentada Maria P�scoa, 75, frequenta um CDI junto com seu marido. Toda quarta-feira, eles chegam para a primeira refei��o da manh� –"porque est� incluso no pre�o e dispensa o trabalho de fazer o caf� em casa"– e passam o dia todo fazendo atividades.

    Eduardo Knapp/Folhapress
    Idosos jogam e realizam atividades nos centros-dia
    Idosos jogam e realizam atividades nos centros-dia

    Os dois est�o testando a Cora para ver se se mudam em definitivo para a resid�ncia para idosos, por todo o trabalho envolvido na manuten��o do apartamento onde moram sozinhos.

    O geriatra do HC tamb�m alerta para a superprote��o aos idosos, um grupo t�o heterog�neo quanto a popula��o de qualquer outra idade.

    "Vemos idosos que t�m a sua independ�ncia, que se movimentam bem, mas que s�o restritos pelos filhos. Eles dizem: 'Pode deixar que eu fa�o as suas compras, pode deixar que eu vou ao banco.' Isso tamb�m n�o faz bem", afirma Busse.

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