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    Escola deve estar no centro da pol�tica educacional, dizem especialistas

    ANDREA VIALLI
    COLABORA��O PARA A FOLHA

    03/09/2015 18h55

    O caminho para a constru��o de um sistema nacional de educa��o de qualidade que atenda �s demandas da popula��o brasileira � colocar a escola no centro da pol�tica educacional. Essa foi uma das conclus�es dos especialistas nacionais e internacionais que participaram do Semin�rio Internacional de Gest�o Escolar, promovido pelo Instituto Unibanco e correalizado pela Folha, que terminou nesta quinta (3), em S�o Paulo.

    Assim como o Sistema �nico de Sa�de (SUS) colocou a Unidade B�sica de Sa�de (UBS) como pe�a central do seu modelo de atua��o, uma abordagem parecida pode ser utilizada com a escola. "A narrativa no Brasil sempre foi no sentido de buscar a expans�o da matr�cula, o que � uma tarefa cont�nua, j� que ainda existem no pa�s 14 milh�es de analfabetos acima de 15 anos de idade", afirmou Daniel Cara, da Campanha Nacional pelo Direito � Educa��o. Segundo ele, embora o SUS tenha problemas, colocar as unidades de sa�de no centro do processo de gest�o tem sido um acerto.

    At� as d�cadas de 1980 e 1990, a universaliza��o do ensino, e n�o sua qualidade, foram os motes de atua��o dos governos. Com o Plano Nacional de Educa��o, a qualidade chega ao centro do debate, mas � preciso olhar tamb�m para temas-chave na redu��o das desigualdades sociais que afetam a educa��o no pa�s, como a falta de infraestrutura das escolas, muitas vezes carentes at� de banheiros, e as quest�es que envolvem remunera��o e carreira dos professores.

    Para S�rgio Roberto Gomes de Souza, diretor da Secretaria de Articula��o com os Sistemas de Ensino do Minist�rio da Educa��o, um dos caminhos para se avan�ar na implementa��o do Plano Nacional de Educa��o � desenvolver mecanismos mais efetivos de controle e participa��o social que aproximem a sociedade do que acontece nas escolas, inclusive nas quest�es ligadas aos custos da educa��o.

    "A forma como est� definido o financiamento da educa��o est� caduca e ineficaz. A maior parte dos munic�pios nem sabem de onde v�m os recursos", disse Souza.

    As experi�ncias internacionais de pa�ses como Austr�lia e Inglaterra, al�m da prov�ncia canadense de Ont�rio, apresentadas ao longo do evento, t�m em comum a an�lise sistem�tica dos dados gerados nas escolas, que chegam a um n�vel de detalhamento �mpar em alguns pa�ses. Na Austr�lia, por exemplo, onde 65% dos alunos est�o em escolas p�blicas, qualquer cidad�o pode consultar, por meio do site "My School", o desempenho do aluno ao longo dos seus anos de estudo e realizar compara��es entre escolas.

    Para Mary Jean Gallagher, vice-ministra de Educa��o da prov�ncia de Ont�rio, no Canad�, mais do que colocar o foco da gest�o na escola, s�o os alunos que devem estar no centro das pol�ticas p�blicas. "A continuidade do sistema democr�tico e da promo��o da economia depende de que todas as crian�as tenham acesso a uma educa��o de qualidade, ent�o vamos pensar nelas como o eixo central do sistema", disse Gallagher.

    A estrat�gia da prov�ncia inclui, por exemplo, designar mentores para apoiar diretores de escolas em suas tarefas e um processo colaborativo onde a comunidade pode opinar sobre as mudan�as que querem no curr�culo escolar local –recentemente, foi incorporado o ensino de educa��o financeira como complementar � matem�tica. Essas a��es t�m gerado resultados positivos. A taxa de conclus�o do Ensino M�dio em Ont�rio cresceu de 68% em 2003 para 79% em 2015.

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