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    Sem PM nas ruas, poucos �nibus e lojas voltam a funcionar em Vit�ria

    CAROLINA LINHARES
    ENVIADA ESPECIAL A VIT�RIA

    LEONARDO HEITOR
    COLABORA��O PARA A FOLHA, EM VIT�RIA

    07/02/2017 12h23 - Atualizado �s 19h42

    Joel Silva/Folhapress
    Funer�rias retiram corpos do IML de Vitoria ap�s greve da Pol�cia Militar
    Funer�rias retiram corpos do IML de Vitoria ap�s greve da Pol�cia Militar

    As ruas do Esp�rito Santo seguem praticamente sem policiamento na manh� desta ter�a-feira (7), com um movimento de familiares de policiais militares bloqueando a sa�da de viaturas.

    Por�m, com refor�o de mil homens das For�as Armadas e 200 da For�a Nacional de Seguran�a no Estado, alguns comerciantes abriram as portas, e os �nibus voltaram a circular (devem ficar nas ruas pelo menos at� as 19h).

    Desde a noite desta segunda (6), a Folha viu dois caminh�es das For�as Armadas circulando em Vit�ria. O refor�o dos militares se concentra em terminais de �nibus da cidade. A Prefeitura de Vit�ria manteve a suspens�o das aulas e do atendimento em postos de sa�de.

    Desde s�bado (4), o Estado vive uma onda de criminalidade, com assaltos, arrast�es e assassinatos. V�deos publicados na internet mostram lojas sendo saqueadas e at� um �nibus roubado de um terminal.

    Na manh� desta ter�a, um tiro atingiu um �nibus do sistema de transporte coletivo da Grande Vit�ria. De acordo com o Sindicato dos Rodovi�rios, os ve�culos est�o nas ruas, mas podem parar a qualquer momento caso motoristas e cobradores entendam n�o haver seguran�a.

    Al�m disso, um tiroteio foi registrado no bairro Santa Rita, em Vila Velha e, em Serra, um condom�nio fechado de pr�dios foi invadido.

    Segundo o Sindicato dos Policiais Civis, foram registrados 75 homic�dios desde o in�cio da manifesta��o, na sexta-feira (3). Somente na segunda, a Delegacia de Furtos e Roubos de Ve�culos em Vit�ria registrou mais de 200 ocorr�ncias. Nesta ter�a, a fila continuava grande no local e muitos ainda buscavam atendimento.

    Onda de viol�ncia no ES
    PM est� em greve desde o dia 3 de fevereiro

    O governo do Estado n�o confirma o n�mero de mortos. Policiais do departamento de homic�dios afirmaram � Folha que os corpos recolhidos no fim de semana t�m sinais de execu��o, geralmente com de dois a quatro tiros na cabe�a, peito ou costas.

    No IML (Instituto M�dico Legal) de Vit�ria, a movimenta��o de parentes � intensa e h� superlota��o de corpos. Paulo Oliveira foi ao local para liberar o corpo do sobrinho de 22 anos, que foi assassinado no domingo (5) em Cariacica, regi�o metropolitana de Vit�ria.

    A fam�lia n�o quis informar se o jovem, que trabalhava na constru��o civil, tinha passagem pela pol�cia. Sobre a falta de policiamento, Oliveira afirmou ser "uma neglig�ncia do Estado" e que a reivindica��o dos policiais "n�o justifica colocar a sociedade � merc� da criminalidade".

    Uma m�e que n�o ser identificada chorava a perda do filho de 19 anos. "Estou sem comer e sem dormir", diz. Para ela, o filho foi executado. Segundo a mulher, dois homens passaram em uma moto atirando contra o jovem na manh� de segunda-feira pr�ximo ao Shopping Boulevard da Praia, no bairro Santa Helena.

    O jovem j� havia sido preso por furto e estava em liberdade h� oito meses, de acordo com o relato da m�e. "Ele me disse 'm�e, estou mudado, a senhora n�o vai ter mais dor de cabe�a comigo'", disse � Folha.

    PM DO ESP�RITO SANTO - Corpora��o est� em greve desde sexta-feira

    NEGOCIA��O

    Familiares de policiais continuam obstruindo batalh�es e quart�is da Pol�cia Militar. O movimento reivindica aumento salarial e vinha conversando com a Secretaria da Seguran�a P�blica do Estado. No domingo, por�m, o governo afirmou que s� negocia quando o policiamento voltar �s ruas.

    Uma decis�o da Justi�a considerou o protesto ilegal e determinou multa para as associa��es de policiais. As associa��es, no entanto, dizem n�o ser respons�veis pelo movimento dos familiares.

    "For�aram a barra ao responsabilizar as associa��es", diz o major Rog�rio Fernandes Lima, presidente da Associa��o dos Oficiais Militares do Esp�rito Santo. "S� tem um culpado por essa situa��o: aquele que rompeu o di�logo" afirma, em refer�ncia ao secret�rio de Seguran�a, Andr� Garcia.

    Os presidentes de algumas associa��es est�o reunidos com parlamentares do Estado para pressionar o di�logo com o governo.

    Por meio de redes sociais, moradores se revoltaram com familiares de policiais flagrados em v�deos fazendo festa nas portas de batalh�es. Um outro v�deo mostrava um policial pedindo autoriza��o para as mulheres de policiais na frente de um dos batalh�es para que pudessem sair, o que foi negado pelas manifestantes.

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