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    Previsto para Copa, monotrilho de SP n�o abrir� nem na Olimp�ada

    FELIPE SOUZA
    DE S�O PAULO

    08/06/2015 02h00

    Incentivada pela promessa de inaugura��o do monotrilho da linha 17-ouro e do fluxo de turistas atra�dos pela Copa do Mundo, a empres�ria Marlene Aranha abriu em 2013 um restaurante ao lado da futura esta��o Congonhas, na zona sul de S�o Paulo.

    Hoje, em vez de "ouro" nos neg�cios, convive com a ferrugem que tomou conta das arma��es expostas sobre vigas e no ch�o dos canteiros de obras. De tanto atraso, a "linha da Copa" n�o ficar� pronta nem mesmo at� a Olimp�ada de 2016, no Rio.

    "Pensei que meu movimento aumentaria, mas as obras diminu�ram os clientes em mais de 10%. A maioria das pessoas n�o passa aqui por medo. A regi�o ficou isolada, sem seguran�a", diz.

    O empreendimento a cargo do Metr� � agora previsto para 2017 pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB) –que tamb�m j� fez a revis�o do cronograma de outras linhas.

    Em seu primeiro trecho, de 7,7 km e 8 esta��es, ligar� a esta��o de trem do Morumbi ao aeroporto de Congonhas. A estimativa � que transporte 420 mil usu�rios por dia. A obra completa, com 17,7 km, deve custar R$ 5,1 bilh�es.

    Na linha 17, a aparente deteriora��o de materiais pendurados ou deixados no ch�o desperta a aten��o de vizinhos –que se queixam ainda da falta de equipes na obra.

    "Al�m de tirar a vis�o da loja, fecharam a rua. Ningu�m mais nos encontra. O pior � eles fazerem isso e s� dois ou tr�s 'gatos pingados' trabalham. Nada da obra sair do lugar", diz Rildo Oliveira Jorge, 32, que trabalha em
    um com�rcio de loca��o de ve�culos.

    A Folha percorreu toda a extens�o da linha em dias �teis nas �ltimas semanas, fora do hor�rio de almo�o.

    No trajeto, encontrou poucos funcion�rios. As exce��es foram na futura esta��o vereador Jos� Diniz (onde havia dezenas) e no p�tio de manobras do Campo Belo -onde foi agendada uma entrevista com Walter Castro, diretor de engenharia do Metr�.

    Castro afirma que a sensa��o de que a obra est� quase parada n�o reflete a realidade –diz haver 1.300 funcion�rios atuando diariamente.

    Ele ressalta que h� obras paralelas na regi�o. "Estamos fazendo uma canaliza��o naquela regi�o de Congonhas. Ali tem um hist�rico de alagamentos e n�o podemos fazer uma esta��o em cima de um lugar nessas condi��es."

    O Metr� afirma que esses sinais de ferrugem n�o representam riscos � estrutura. Para a doutora em engenharia de estruturas pela USP Karen Niccoli Ramirez, como parece ser superficial, e n�o estrutural, esse problema poder� ser revertido com limpeza.

    Editoria de Arte/Folhapress

    A corros�o, por�m, d� a sensa��o de que se est� numa obra velha, e n�o nova, que ainda ser� inaugurada.

    "Vejo ferrugem desde que come�ou a chover", diz Ademir da Costa, 33, piloto comercial, que passa pela obra diariamente h� cinco anos, mas diz n�o ver evolu��o significativa. "At� a Copa tinha muita gente trabalhando, depois sumiram. No �ltimo ano, s� tiraram entulho de uma viga que tinha ca�do", afirma.

    O diretor do Metr� diz que um dos principais motivos de atraso na linha 17 foi a demora para a libera��o da licen�a ambiental. Tamb�m cita entraves nas desapropria��es e nos tipos de solo da regi�o.

    Segundo Castro, 20% dos trilhos ainda n�o foram colocados por causa da suspens�o, pelo Minist�rio do Trabalho e Emprego, desde 2014, do i�amento de vigas –devido � morte de um oper�rio.

    "Recentemente, eles liberaram a instala��o dos trilhos retos. Mas ainda pedem exig�ncias para as curvas de raios menores", afirmou.

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