S�O PAULO - Haddad, o prefeito que governa com uma lata de tinta na m�o, cometeu uma aberra��o contra um importante patrim�nio hist�rico de S�o Paulo. Mandou grafitar os "arcos do J�nio", erguidos h� cerca de cem anos no Bexiga.

Redescoberto meio que por acaso em 1987, quando o ent�o prefeito J�nio Quadros derrubou v�rios sobrados que formavam um grande corti�o nas ruas Assembleia e Jandaia, o muro de arrimo alcan�a cerca de 11 metros em seu ponto mais alto e foi erguido por artes�os italianos.

A import�ncia da obra decorre da t�cnica construtiva utilizada –alvenaria de tijolos– que antes da a��o do prefeito era valorizada esteticamente. Agora, virou uma mera moldura para desenhos coloridos.

Al�m disso, segundo o professor Nestor Goulart Reis Filho, autor de diversos livros sobre hist�ria da arquitetura, as tintas da grafitagem impedem a sa�da da umidade e podem causar danos � estrutura dos arcos.

O problema � semelhante ao que ocorreu no museu do Ipiranga. Em 1990, o pr�dio foi pintado com uma tinta inadequada e n�o conseguia mais "respirar". Reagindo com a umidade do ar, os ornatos de argamassa –"estuques"– come�aram a se destacar da alvenaria e o resultado � que o museu est� fechado desde 2013, e s� deve reabrir em 2022.

O arquiteto Benedito Lima de Toledo chama a iniciativa nos arcos de "desastrosa interven��o". L�cio Gomes Machado, ex-conselheiro do �rg�o respons�vel pelo patrim�nio, de "desrespeito � paisagem urbana".

Alheio �s queixas, Haddad diz que os cr�ticos s�o "conservadores" e que "o grafite � uma realidade favor�vel a S�o Paulo". Conv�m ficar atento. Vai que ele resolve "modernizar" o Theatro Municipal, o parque Ibirapuera, o Monumento �s Bandeiras...

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Haddad espalha o grafite pela regi�o da 23 de Maio, mas relega ao abandono, sujo e quebrado, o painel do muralista Cl�vis Graciano.