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    M�rcio Rachkorsky - Marcio Rachkorsky

    Vizinhan�a do barulho

    03/04/2016 02h00

    O barulho do vizinho continua sendo o maior causador de atritos em condom�nios, e solucionar amigavelmente esses conflitos est� cada vez mais dif�cil. Acredito que as pessoas, de um modo geral, est�o mais intolerantes e menos pacientes –combina��o ideal para causar desentendimentos e lit�gios.

    Eu n�o me canso de repetir que morar em condom�nio � uma bela op��o, sobretudo por conta da praticidade e da seguran�a, mas � preciso exercitar h�bitos saud�veis ao conv�vio harmonioso com os vizinhos. Moradores barulhentos s�o nocivos, mas tamb�m s�o nocivas as pessoas exageradamente sens�veis aos barulhos. Aproximar tais vizinhos � um grande desafio para s�ndicos e advogados. Vejamos dois casos que atendi recentemente.

    No primeiro, a moradora de um apartamento est� transtornada porque n�o consegue dormir tranquilamente. O motivo: a vizinha de cima tosse a noite toda e aciona v�rias vezes a descarga do banheiro. No outro caso, os moradores dos apartamentos voltados para a �rea de lazer n�o aguentam mais a barulheira vinda da quadra e da churrasqueira aos fins de semana.

    Estamos diante de casos t�picos de vizinhos barulhentos, que descumprem o regulamento, ou diante de pessoas com sensibilidade exacerbada? � dif�cil responder. Quando o tema � barulho, o segredo � avaliar cada caso e criar canais de di�logo entre as partes envolvidas, sempre sob a media��o do s�ndico.

    No caso da tosse, a moradora n�o tem a menor inten��o de incomodar sua vizinha. Ela est� doente, mas sob tratamento. Sempre foi boa cumpridora das normas e s� deve se policiar sobre o uso constante da descarga a durante a madrugada, porque isso de fato incomoda. A vizinha incomodada tem que ser mais tolerante. J� no caso do barulho oriundo das �reas de lazer, a solu��o depende de uma avalia��o do regulamento interno para cria��o de regras inteligentes, especialmente quanto aos hor�rios. Mas os moradores precisam aceitar que sempre conviver�o com os ru�dos das �reas de conviv�ncia e que, das 8h �s 22h, n�o h� muito o que fazer, a n�o ser coibir os excessos. Instalar janelas antirru�do pode ser uma boa e definitiva solu��o.

    márcio rachkorsky

    � advogado, especialista em condom�nios. Presidente da Associa��o dos S�ndicos de SP e membro da Comiss�o de Direito Urban�stico da OAB-SP. Escreve aos domingos,
    a cada duas semanas.

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