Para compensar o impacto ambiental da Olimp�ada, o governo do Rio de Janeiro planejava plantar 36 milh�es de �rvores da mata atl�ntica, mas at� agora menos de um quinto da meta foi cumprido.

A meta havia sido anunciada em 2012 por Carlos Minc (PT), � �poca secret�rio do Ambiente. O n�mero, inclusive, excedia os 24 milh�es de �rvores prometidas na �poca da candidatura do Rio para os jogos –chegando aos 13 mil hectares de floresta.

"Nem eu nem minha equipe participamos da defini��o [da meta] de 24 milh�es, que surgiram sem estudo", afirmou o Minc � Folha. "Uma consultoria internacional concluiu que precis�vamos de 18 milh�es para abater as emiss�es, ent�o tomamos medidas que poderiam chegar ao plantio de 36 milh�es, para garantir", disse.

A ideia � compensar a emiss�o de gases-estufa gerados por causa do evento. A estimativa de um estudo da UFRJ publicado pelo comit� ol�mpico � que o equivalente a 3,6 milh�es de toneladas de CO₂ de sejam emitidas.

Ap�s a sa�da de Minc, a SEA-RJ diz n�o reconhecer a meta de 36 milh�es. Em nota, foi dito que ela � respons�vel por compensar 1,6 milh�o de toneladas de gases, sendo que metade j� estariam compensados pelos 2,5 mil hectares plantados.

O �rg�o tamb�m n�o esclarece quais �rvores foram plantadas especificamente para compensar as emiss�es da Olimp�ada. Na conta atual, entram florestamentos financiados por empresas privadas para "compensar" obras que n�o as do evento ol�mpico.

Ambientalistas criticam a falta de transpar�ncia na defini��o de quem est� pagando o qu�. "Quando existe uma meta e n�o se define de onde v�o vir os financiamentos, fica dif�cil mensurar se o projeto foi realmente adicional ao que teria acontecido normalmente", afirma Lucas Pereira, da ONG Iniciativa Verde.

O plantio de �rvores � um dos m�todos mais eficientes para mitigar o efeito estufa. As �rvores plantadas at� agora no Rio, por exemplo, t�m o potencial de absorver 50 mil toneladas de CO₂ por ano enquanto estiverem crescendo.

Em 2013, o site da SEA-RJ inclu�a o compromisso da Petrobras de compensar as obras do Complexo Petroqu�mico do Rio de Janeiro com o plantio de 7 milh�es de �rvores. Ap�s questionamento da Folha, a p�gina foi tirada do ar.

O governo do Rio tamb�m tem sido alvo de cr�ticas por n�o ter despolu�do 80% do esgoto despejado na ba�a de Guanabara, onde acontecer�o as provas de vela, remo e maratona aqu�tica, e por ter autorizado a constru��o de um campo de golfe em �rea de reserva ambiental.

EM LONDRES

Nos jogos de Londres-2012, os planos de compensa��o de carbono tamb�m foram abandonados prematuramente. Em 2011, os organizadores recuaram de plano apresentado em 2009 que prometia investimentos em energia limpa em pa�ses em desenvolvimento.

A �nica compensa��o foi patrocinada pela British Petroleum, parceira do evento, que comprou cr�ditos de carbono equivalentes a 100 das 913 mil toneladas de emiss�es geradas pelo transporte dos espectadores —boa parte das 3,3 milh�es de toneladas do evento.

Outra iniciativa de destaque de Londres foi a reciclagem de 70% dos res�duos gerados pelo p�blico e a compostagem dos res�duos org�nicos, que s�o uma das principais fonte de emiss�es no mundo. No Rio de Janeiro, o comit� organizador planeja manter esse patamar.

O plano de reduzir o uso de combust�veis f�sseis em 20% durante os jogos de 2012 tamb�m n�o se concretizou. A turbina e�lica que forneceria energia sustent�vel n�o p�de ser instalada no lugar planejado devido a regula��es de seguran�a; al�m disso, o relat�rio final do comit� de sustentabilidade da Olimp�ada apontou que 40% dos locais visitados n�o cumpriram o plano de economia de energia.