Crítica
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Por Patrícia Kogut


Juma (Alanis Guillen) e Jove (Jesuita Barbosa), de 'Pantanal' (Foto: Reprodução) — Foto:
Juma (Alanis Guillen) e Jove (Jesuita Barbosa), de 'Pantanal' (Foto: Reprodução) — Foto:

A nota zero de anteontem, para o imobilismo da trama de Juma e Jove em “Pantanal”, mobilizou os leitores da coluna. Muita gente se manifestou nas nossas redes. A grande maioria dos que comentaram concordava com a observação. Alguns eram bem-humorados, como @delavelino, que sugeriu: “Não dá! Zé Leôncio, faz uma reforma na tapera, coloca luz e internet, dá uma mão de tinta, bota uns móveis das Casas Bahia e pronto. Ainda pode pegar o cavalo e ir à casa do pai, ou fazer tapera-office. Problema resolvido em dois capítulos”.

Houve ainda quem evocasse a primeira versão da novela, lembrando que nela “também não acontecia nada”.

Mas dá para fazer essa comparação? Não. Os parâmetros são muito desiguais. A história de Benedito Ruy Barbosa foi ao ar em 1990. Só havia TV aberta. O público ligado na trama de Bruno Luperi em 2022 é outro, fragmentado, exposto a um cestão de ofertas de canais e streamings e também educado pelas séries. Elas chegaram aqui com força, atraindo com uma dramaturgia que se desenrola sem a clássica “barriga” das novelas. Vale lembrar que há 30 anos, os espectadores se encantaram com os banhos de rio longuíssimos de Juma (Cristiana Oliveira) e muitas e muitas sequências dedicadas aos voos dos tuiuiús e outros bichos. Hoje, é tudo diferente. A paciência para um enredo em que “nada acontece” é mínima.

Mesmo assim, e por tudo isso, Juma merece sair do lugar logo. E o público merece que ela pare de reclamar.

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