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Boa relação entre sono e alimentação é fundamental para qualidade de vida

Nutricionista Cristiane Perroni explica como o que comemos ou deixamos de comer pode influenciar em uma noite bem ou mal dormida e afetar toda a nossa rotina. Veja!

Por Rio de Janeiro

Eu Atleta - falta de sono coluna Cris (Foto: Getty Images)Uso em excesso de aparelhos eletrônicos interfere na qualidade do sono (Foto: Getty Images)

Perturbações do sono são cada vez mais frequentes nas diversas faixas etárias e estão relacionadas com o tipo de alimentação, exercício físico, estilo de vida e ao uso excessivo de aparelhos como televisão, celulares e computadores. O número de horas e a qualidade do sono influenciam na nossa saúde, no metabolismo e na produção de hormônios. Insônia, má qualidade e alteração no ritmo de sono estão associados à redução no desempenho escolar e no trabalho, comprometem a saúde mental (ansiedade, depressão...), causam desordens metabólicas, alteração no comportamento alimentar, redução da imunidade e aumentam os riscos de desenvolvimento e agravamento de doenças crônicas, como obesidade, diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares.

Durante o sono produzimos hormônios e a redução da duração do sono influencia a ingestão alimentar, a fome e a saciedade. Reduzindo o período de sono há diminuição do hormônio leptina que é anorexígeno e aumento da grelina, hormônio orexígeno, estimulando a fome e o aumento da ingestão alimentar.

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Mulher Dormindo (Foto: Getty Images)Dormir bem é fundamental para produção de hormônios e afeta todo o dia da pessoa (Foto: Getty Images)

Veja como melhorar a qualidade do sono com alimentação:

1. Ingerir alimentos que estimulem a produção de serotonina:

A serotonina é um neurotransmissor que regula o sono, a capacidade de aprendizagem, humor, sensação de prazer, otimismo, bem-estar e o desejo por comer doces. Baixos níveis de serotonina estão relacionados a uma maior vontade de comer doces e carboidratos.

Confira os nutrientes que estimulam a produção de serotonina:

- Triprofano: aminoácido precursor da serotonina. Principais fontes: carne, frango, peixe, ovo, leite, queijos, banana, aveia, abacate, castanha, amendoim, amêndoas, nozes.

- Ácido fólico: folhas de cor verde escuro, leguminosas (feijão, soja, grão de bico, ervilha), germe de trigo, aspargo, laranja e abacate.

- Vitamina B6: piridoxina: germe de trigo, banana, leite, feijão, batata, lentilha, aveia, abacate, nozes, batata inglesa.

- Magnésio: leguminosas (soja feijão, grão de bico, lentilha), ostras, leite, arroz integral, salmão, aveia, abacate, nozes.

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Como estimular a produção de serotonina:

- Combinações como mingau de aveia ou banana com canela e aveia, por exemplo, podem ser usadas à noite.

carne vermelha euatleta (Foto: Agência Getty Images)Ingestão de carne vermelha à noite pode atrapalhar o sono (Foto: Agência Getty Images)

2. Evite alimentos ou bebidas estimulantes que podem afetar o sono e causar ansiedade, como café, mate, chá verde, chá preto, refrigerantes tipo cola, guaraná, bebidas energéticas.

3. Não retire todo carboidrato da alimentação noturna. Mantenha um pouco de carboidrato à noite. Ele é importante para a conversão de triptofano, a serotonina no cérebro.

4. Evite alimentos de difícil digestão ou comer em grande quantidade. Alimentos ricos em gorduras, excesso de carne vermelha e grandes porções tornam a digestão mais difícil e mais lenta dificultando e piorando a qualidade do sono.

5. Utilize chá de melissa, camomila ou maracujá, pois ajudam a relaxar.

*As informações e opiniões emitidas neste texto são de inteira responsabilidade do autor, não correspondendo, necessariamente, ao ponto de vista do Globoesporte.com / EuAtleta.com

EuAtleta Cristiane Perroni Nutricao Especialista (Foto: EuAtleta)




CRISTIANE PERRONI
Nutricionista formada pela UFRJ e pós-graduada em obesidade e emagrecimento. Tem especialização em nutrição clínica pela UFF, especialização em nutrição esportiva pela Universidade Estácio de Sá e trabalha com consultoria e assessoria na área de nutrição.