Edição do dia 18/08/2015

      18/08/2015 21h13 - Atualizado em 18/08/2015 21h13

      Cresce número de empresas que reforma moradias precárias

      Falta de estrutura dentro de casa pode provocar doenças. A reforma desses imóveis aumenta a qualidade de vida dos moradores.

      Milhões de brasileiros acabam doentes por problemas provocados pela falta de estrutura dentro de casa. Por causa disso, está crescendo o número de empresas que investem na reforma dessas casas para aumentar a qualidade de vida dos moradores.

      Todo teto é uma conquista. Mas além de abrigo, pode oferecer riscos à saúde dos moradores. Pesquisas indicam que as moradias precárias, com carências de infraestrutura, são mais de dez milhões no Brasil.

      Falta de espaço traz desconforto. Falta de ventilação e excesso de umidade favorecem infecções respiratórias.

      “A umidade, ela costuma ser um meio cultura, é como se fosse um ambiente propício pra proliferação de fungos e bactérias. O mofo é um tipo de fungo, por exemplo”, explicou o clínico geral e professor da USP Paulo Camiz.

      Telhados, paredes e pisos sem revestimentos, que não protegem do frio e dificultam a limpeza também são focos de infecções. Assim como banheiros inadequados. As principais deficiências nas construções que acabam afetando a saúde são essas. A maior dificuldade para solucionar os problemas é mesmo a falta de dinheiro, ou de crédito, que acaba impedindo um planejamento adequado, prolonga as obras. Acaba transformando o que deveria ser provisório em permanente.

      “Você vai comprar material picadinho, não vai conseguir pagar a mão de obra diretamente. Então a sua reforma fica picada, você tem muita perda de material de construção, e passa a vida inteira reformando, uma reforma ineficiente”, analisou o sócio da empresa Fernando Assad.

      Administrador de empresas, Fernando se uniu a amigos com experiência em projetos públicos de habitação popular e abriu uma empresa para atender esse público. Ele diz que é possível ter lucro e ajudar as pessoas ao mesmo tempo. A estratégia é administrar bem recursos e pessoal para fazer obras rápidas, de no máximo uma semana.

      Como a do banheiro mostrado no vídeo. Ele vai melhorar muito a vida da Dona Abigail, que tem uma série de doenças associadas à obesidade.

      “Estava no piso grosso, no contrapiso, estava sem porta, sem descarga. Estava muito difícil. Pelo menos eu não vou cair mais. Vou conseguir tomar banho direitinho. O vaso está direitinho, perfeito, novo”, contou a dona de casa Abigail Pellegrini da Silva.

      Preço total do serviço: R$ 900, em dez prestações. O mesmo que custou a reforma de outra cozinha, que ficou com forro, conserto da parede, pintura, piso, azulejos e uma janela, que não existia. Além de mais claro e saudável, o lugar que era incômodo virou ponto de união.

      Gilberto Cassiano Alves, dono de casa: Melhorou muito a convivência da gente. As brigas, melhorou tudo. Muito, muito, muito.
      Jornal Nacional: Melhorou o ambiente?
      Gilberto Cassiano Alves: Melhorou o ambiente todinho. Totalmente.
      Jornal Nacional: Por quê?
      Gilberto Cassiano Alves: Porque a gente nem aguentava ficar aqui na cozinha, telhado todo preto pingando.
      Ana Paula Aparecida de Jesus, dona de casa: Até a minha irmã falou assim: “Ih, daqui a pouco a Ana Paula vai querer a cama na cozinha, porque agora fica só namorando a cozinha”. E é verdade, meu maior tempo agora é aqui.