CR�TICA: Com disco gostosinho, Otto busca p�blico ecl�tico como ele
OTTOMATOPEIA (muito bom)
ARTISTA Otto
LAN�AMENTO Pommelo Discos
QUANTO R$ 30 (CD)
*
Otto � uma esp�cie de porto seguro para todos os g�neros. Quando decide gravar um disco, parece estar sempre com a mente escancarada para receber, digerir e regurgitar ideias variadas que, de alguma maneira, ficam com cara de "coisa do Otto".
Dif�cil dizer se "Ottomatopeia" � melhor do que seus discos anteriores. Provavelmente nem � preciso explorar essa compara��o. � um �lbum diferente do que ele j� fez.
Deixa de lado um pouco da inquietude que provocou uma gangorra de resultados no est�dio, na qual seus f�s �s vezes gostam muito de um disco e n�o tanto de outro. Otto est� mais "calmo", e isso n�o fez mal a seu som.
A experimenta��o que marca seus �lbuns desde a estreia, "Samba pra Burro" (1998), e gerou trabalhos intrincados como "Sem Gravidade" (2003) ou "The Moon 1111" (2011), agora cede bastante ao formato de can��o. Ou ao mais pr�ximo disso que Otto consegue chegar.
"Ottomatopeia" � palat�vel, gostosinho, como se tivesse reservado espa�o maior � afei��o do artista por um canto mais popular, revelada anteriormente em, por exemplo, um cover de Odair Jos�.
Isso fica claro da faixa de abertura, "Bala", que com um pouco mais de peso poderia virar hit de ax� music, at� o encerramento com "Orumil�", na qual a participa��o de Andreas Kisser, guitarrista do Sepultura, parece a coisa mais natural do mundo numa m�sica de batidas afro.
H� uma unidade percorrendo o disco, mesmo em momentos potencialmente d�spares como a roqueira "Atr�s de Voc�" seguida da balada "Carinhosa", que traz cello, trompa e o viol�o com DNA de MPB de Z� Renato, parceiro de Otto na composi��o.
A varia��o de g�neros, ou pelo menos de sotaques estil�sticos, faz bem ao trabalho.
Assim, a releitura de "Meu Dengo", de Robert Miranda, que Otto canta com ajuda da autora e de C�u, n�o rende qualquer estranhamento. Otto transmite confian�a no pr�prio taco. Parece gostar de coisas diferentes e busca um p�blico tamb�m ecl�tico.
Sua miss�o � facilitada pela produ��o de Pupillo, da Na��o Zumbi. Os m�ritos do produtor tamb�m est�o nas baquetas. Ele toca bateria nas 11 faixas do �lbum, em quase todas formando uma cozinha irresist�vel com Alberto Continentino, o baixista quase onipresente nos bons discos das �ltimas temporadas.
Some-se a participa��o certeira dos teclados de Donatinho, que imprime textura vintage a "Pode Falar, Cowboy" e "Caminho do Sol", e a cama musical est� pronta para Otto deitar e rolar. E sonhar com mais sucesso popular.
Livraria da Folha
- Box de DVD re�ne dupla de cl�ssicos de Andrei Tark�vski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenci�rio
- Livro analisa comunica��es pol�ticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade