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Colunista faz tour por museu de como nova-iorquino pobre vivia em 1850

� bom passear pela Orchard street. Entre seus pr�dios antigos de tijolinhos, com as cl�ssicas escadas de inc�ndio ziguezagueando pelas fachadas, floresceu um com�rcio alternativo simp�tico e atraente. Lojas para skatistas e garotas espertas, bares, caf�s e galerias de arte convivem com estabelecimentos tradicionais e populares que chegaram ali h� mais tempo.

A Orchard � uma das ruas da faixa sudeste de Manhattan, que v�o da Houston � Canal street, na dire��o de Chinatown. � uma das refer�ncias do Lower East Side, antigo bairro de trabalhadores e fam�lias de classe m�dia baixa que re�ne hoje uma paisagem humana colorida e diversificada.

Arte

Em meados do s�culo 19, o LES era conhecido como Pequena Alemanha, por ter se tornado um reduto de imigrantes oriundos daquele pa�s em busca de melhor sorte na Am�rica.

Em seus entornos tamb�m moravam pessoas vindas de outras nacionalidades, que desembarcavam em levas numa Nova York que tinha metade de sua popula��o nascida nos Estados Unidos.

No n�mero 97 da Orchard existe ainda hoje um pr�dio que acolheu milhares de imigrantes por muitos anos –desde sua constru��o, em 1863. Ali funciona o Museu Tenement –palavra que designa um edif�cio para moradia comunit�ria de renda baixa.

O "tenement" da Orchard era at� bastante salubre comparado aos corti�os de outras vizinhan�as daquela �poca. As fam�lias moravam separadamente em 22 apartamentos de 30 metros quadrados, com sala, quarto e cozinha –os banheiros eram coletivos e se localizavam no quintal, no t�rreo. Uma situa��o bem melhor do que a de Five Points, por exemplo, um bairro ali pr�ximo onde irlandeses e afro-americanos viviam aos atritos em condi��es paup�rrimas, sem �gua ou ilumina��o.

O museu nasceu do interesse da ativista e historiadora Ruth Abram em criar um lugar que retivesse a mem�ria da imigra��o em Nova York. Em 1988 ela descobriu o pr�dio, ent�o abandonado. Em poucos anos o primeiro apartamento havia sido restaurado e o Tenement abria suas portas.

N�o � um museu pelo qual se passeia individualmente para ver pe�as. Quem quiser conhec�-lo deve inscrever-se nos "tours" de aproximadamente uma hora, liderados por monitores bem treinados, que conduzem o visitante pelo interior do edif�cio, numa viagem ao passado cheia de interesse e curiosidade.

Al�m dos roteiros por apartamentos e pela vida de antigos moradores, pode-se escolher um passeio guiado por pontos hist�ricos do bairro.

Encerrada a visita, � dif�cil deixar de pensar na ofensiva anti-imigrantes movida por Donald Trump. Com seu discurso nacionalista da "Am�rica em primeirio lugar", o presidente, que � nova-iorquino, descendente de alem�es e casado com uma eslovena, passa por cima da sua hist�ria e de sua cidade.

"Imigrar para os EUA � um privil�gio", costuma dizer, "n�o um direito". Talvez lhe fizesse bem uma visita ao Museu Tenement.

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